Protestos em Hong Kong obrigam Zara a emitir comunicado - TVI

Protestos em Hong Kong obrigam Zara a emitir comunicado

  • BC
  • 3 set 2019, 11:24
Estudantes protestam em Hong Kong

Quatro lojas da Zara estiveram fechadas segunda-feira, dia em que estava marcado um boicote às aulas, e os internautas não deixaram passar em branco o encerramento

Na manhã desta terça-feira, um dos assuntos mais populares no Weibo - a rede social chinesa que funciona como o Twitter - era o comunicado emitido pela Zara. A marca espanhola procurou afastar-se da controvérsia e demarcar-se dos protestos de Hong Kong, mas fazer uma declaração pública acabou por ter o efeito contrário: a hashtag "comunicado Zara" chegou esta terça-feira aos 170 milhões de visualizações, segundo a agência Reuters.

O comunicado da marca detida pela espanhola Inditex foi motivado pelo fecho de quatro lojas Zara na segunda-feira, dia em que muitos alunos de escolas secundárias e universidades boicotaram as aulas para se manifestarem de forma pacífica em nome da democracia. 

Perante o encerramento das lojas, milhares de estudantes da China continental comentaram nas redes sociais que a Zara estaria fechada como sinal de apoio ao boicote estudantil de Hong Kong. A Zara não ficou indiferente à interpretação e fez uma declaração para clarificar que apoia a política de "um país, dois sistemas" através da qual a China governa Hong Kong, e afirmou que não apoia os manifestantes. 

Uma fonte próxima da Inditex, citada pela Reuters, indica que as lojas da Zara permaneceram encerradas apenas porque os funcionários tiveram dificuldades em chegar aos locais de trabalho devido aos problemas nos transportes relacionados com os protestos. A mesma fonte assegurou que todas as lojas acabaram por abrir ainda na segunda-feira.

A Inditex tem centenas de lojas na China, não só da Zara mas também de outras marcas do grupo, como Massimo Dutti e Bershka. Só em Espanha o império de Amancio Ortega tem mais lojas do que na China, razão que terá levado a Zara a emitir o comunicado manifestando apoio ao regime. 

Outra das razões que terá levado o grupo a clarificar a posição estará relacionada com o facto de vários embaixadores chineses de marcas estrangeiras se terem afastado das empresas que representavam alegando que estas violavam a soberania da China, ao identificarem Hong Kong e Taiwan como países nos sites de venda ao público. 

Continue a ler esta notícia