Um estudo, que se baseou num outro realizado por pesquisadores da Universidade de Milano-Bicocca, na Itália, concluiu que pode haver uma ligação entre o consumo de analgésicos e a ocorrência de ataques cardíacos.
O artigo, publicado no jornal de medicina The BMJ, refere que, embora as conclusões não sejam claras, o risco de se ter um ataque cardíaco é maior nos primeiros 30 dias de uso do medicamento.
O estudo realizado consistiu na análise de dados de 446.763 pessoas do Reino Unido, Canadá e Finlândia, de acordo com a BBC, para perceber em que circunstâncias surgiam problemas cardíacos. O foco dos cientistas foi redobrado nas pessoas às quais tinham sido prescritos anti-inflamatórios. Foi possível observar que, no primeiro mês, o risco de ataques cardíacos, para quem estava a tomar doses elevadas de analgésicos, foi elevado.
Kevin McConway, professor na Universidade Aberta, no Reino Unido, relembra, porém, que nem todos os ataques cardíacos são provenientes do consumo de analgésicos.
O investigador disse à BBC que “apesar do grande número de pacientes envolvidos, alguns aspetos ainda continuam pouco claros”, até porque nem todos os analgésicos são responsáveis pelo surgimento de ataques cardíacos.
O professor exemplifica que se “alguém receitou uma dose elevada de analgésicos por causa de uma dor intensa e, depois, o paciente tem um ataque cardíaco na semana seguinte, é muito difícil dizer se o ataque cardíaco foi causado pelo analgésico”, porque primeiro é preciso perceber para que é que foi prescrito o medicamento.
Os ataques cardíacos também podem surgir devido à obesidade e ao tabagismo, por exemplo, e segundo escreve a BBC, vários cientistas acreditam que outro tipo de comprimidos, como as pílulas, também podem estar envolvidos no aumento do risco de ocorrência.
Mike Knapton, da Fundação Britânica do Coração, alerta para uma avaliação dos riscos e benefícios de tomar analgésicos aquando a sua administração, tendo em conta o historial clínico de cada paciente.