Depois de completado mais de um ano de pandemia de covid-19, cerca de 68% da população adulta do mundo (entre os 18 e os 65 anos) disse que concordaria em ser vacinada. Contra 1,3 mil milhões (32%) que se recusam firmemente a fazê-lo.
No entanto, por se tratar de um número global, varia muito consoante os países. Por exemplo, em Myanmar 96% da população disse, em 2020, que iria tomar a vacina, enquanto que no Cazaquistão esse número desce para 25%. Valores que ficam abaixo dos ideais 70-90% que os especialistas consideram essencial para atingir a imunidade de grupo numa população.
Aliás, segundo o estudo - que pertence à empresa de pesquisa de opinião norte-americana Gallup - se todas as pessoas que disseram que queriam ser vacinadas realmente o fossem, apenas 38 dos 116 países e territórios analisados atingiram o limite mínimo de 70% para a imunidade de grupo. Só Myanmar ultrapassaria a barreira dos 90%.
Portugal entre os países europeus mais confiantes na vacinação
Olhando para o cenário europeu, Portugal, conjuntamento com Itália, Alemanha, Reino Unido, Irlanda e Noruega, está na lista dos países que apresenta maior confiança na vacinação. Seguindo-se a Dinamarca que exibe uma cor mais escura, o que significa que a percentagem de adultos que tomaria a vacina contra a covid-19 está perto dos 90%.
Em Portugal cerca de 68% da população adulta admitiu tomar a vacina, contra 26% que respondeu negativamente e 6% que disse não saber.
Numa visão mais global, conseguimos perceber que existem 15 países, entre eles a Índia, em que a percentagem de adultos a ser vacinados varia entre os 80% e os 89% e outros 22, como o Reino Unido, a Alemanha e o Brasil, em que esse valor se situa entre os 70% e os 79%.
90% ou mais | 80%-89% | 70%-79% |
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Myanmar - 96% | Nepal - 87% | Tanzânia - 79% |
Nicarágua - 87% | Austrália - 76% | |
Tailândia - 85% | Irão - 76% | |
Islândia - 85% | México - 75% | |
Dinamarca - 85% | El Salvador - 75% | |
Laos - 84% | Reino Unido - 75% | |
Etiópia - 84% | Costa Rica - 74% | |
Cambodja - 84% | Noruega - 74% | |
Bangladesh - 83% | Quénia - 73% | |
Egito - 83% | Peru - 73% | |
Índia - 82% | Zimbabué - 73% | |
Vietname - 81% | Alemanha - 73% | |
Maurícias - 81% | Equador - 72% | |
Arábia Saudita - 80% | Malásia - 72% | |
Sri Lanka - 80% | Guatemala- 71% | |
Irlanda - 71% | ||
Uzbequistão - 70% | ||
Honduras - 70% | ||
Indonésia - 70% | ||
Japão - 70% | ||
Colômbia - 70% | ||
Brasil - 70% |
Este estudo mostra ainda que, com base em dados adquiridos em 2018, ou seja antes da pandemia, as pessoas do Leste da Europa e dos antigos estados soviéticos são as que menos acreditam que as vacinas, de um modo geral, são seguras e eficazes. Este mesmo grupo é também o menos predisposto, em 2020, a tomar a vacina contra a covid-19.
Três em cada 10 adultos do mundo não aceitaria ser vacinado
Cerca de três em cada 10 adultos do mundo disseram que não concordavam em ser vacinados e outros 3% disseram que não sabiam ou não responderam. Fazendo contas, isto representa quase 1,3 mil milhões de adultos (32%).
Sem grandes surpresas, os países onde se regista a maior percentagem de pessoas que não querem ser vacinas são a Rússia (61%), os países do Leste da Europa, Gabão (66%) e Camarões (65%), Senegal (55%) e Namíbia (51%).
Estes dados foram reconhidos ao longo do ano passado, com os países em variadíssimos níveis da pandemia e com muito pouca informação sobre as vacinas. Por essa razão, é possível que estes valores se tenham alterado desde que se avançou com o processo de vacinação e com toda a informação hoje em dia disponível sobre cada um dos fármacos.
No entanto, uma coisa é certa: todos os esforços para se vacinar a população vão ser bastante mais desafiantes em alguns países do que noutros.
Resta apenas dizer que a margem de erro deste estudo (1,96%) foi calculada em torno da proporção do grau de confiança, que é de 95%.