Cerca de 30% das pessoas que receberam alta hospitalar em Inglaterra depois de terem sido tratadas para a covid-19 foram readmitidas, nos 140 dias seguintes. Um em cada oito destes pacientes acabou por morrer, sugere um estudo publicado no Reino Unido.
A investigação, que ainda carece da devida avaliação por pares, aponta também para o maior risco de desenvolver problemas numa variedade de órgãos, em pessoas com menos de 70 anos e indivíduos de minorias étnicas, após alta hospitalar.
De acordo com o Ofice for Nacional Statistics (Departamento Nacional de Estatística) do Reino Unidoo, cerca de 47.780 pessoas foram hospitalizadas entre 1 de janeiro e 31 de agosto de 2020 devido à covid-19.
Este grupo, quando comparado a um grupo controlado com o mesmo número de pessoas sem diagnóstico positivo de covid-19, mostra que a taxa de readmissão foi 3,5 vezes maior e a taxa de mortalidade sete vezes maior do que no grupo de controlo, com 29,4% dos infetados voltaram a ser hospitalizados dentro de um período de 140 dias. Cerca de 12,3% acabaram por morrer.
Citada pelo jornal britânico The Guardian, Carlotte Summers, professora de medicina intensiva na Universidade de Cambridge, sublinha que a ideia de que isto poderá representar um risco acrescido, especialmente para os mais jovens, significa que há “muito trabalho a fazer”.
Não há, para já, qualquer consenso científico quanto ao impacto a longo prazo da covid-19 no ser humano. No entanto, estudos recentes começam a preocupar a comunidade científica.