Uma espanhola e dois etíopes dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) foram "brutalmente assassinados" nesta sexta-feira na região de Tigray, no norte da Etiópia, anunciou a organização.
Em comunicado, os MSF dizem que perderam o contacto com a coordenadora de emergências espanhola María Hernández, o assistente de coordenação etíope Yohannes Halefom Reda e o motorista Tedros Gebremariam Gebremichael, também etíope, na tarde de quinta-feira.
O veículo em que seguiam foi encontrado vazio durante a manhã de hoje e os seus corpos estavam a “alguns metros de distância”.
Nenhumas palavras conseguem transmitir a nossa tristeza, choque e raiva perante este horrível ataque. Condenamos este ataque contra os nossos colegas nos termos mais veementes e seremos incansáveis para tentar perceber o que aconteceu. María, Yohaness e Tedros estavam em Tigray a fornecer assistência ao povo e é inconcebível que tenham de dar as suas vidas por este trabalho”, acrescenta a organização, sediada em Genebra, Suíça.
Para a organização, a morte destes três membros é “um golpe devastador” para todos os que a integram.
Manifestamos uma profunda tristeza, indignação e consternação”, concluiu.
O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz em 2019, lançou uma intervenção militar em 4 de novembro para derrubar a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), o partido eleito e no poder no estado, e declarou a vitória em 28 de novembro, ainda que os combates continuem.
O Exército federal etíope foi apoiado por forças da Eritreia. Depois de vários dias, Abiy Ahmed declarou vitória em 28 de novembro, com a captura da capital regional, Mekele, frente à TPLF, partido que, até à chegada de Abiy Ahmed, controlou a Etiópia durante quase 30 anos.
No entanto os combates continuaram e as forças eritreias são acusadas de conduzirem vários massacres e crimes sexuais.
Na quarta-feira, um ataque aéreo que atingiu um mercado na região matou pelo menos 64 pessoas, segundo fontes médicas.