O influente senador norte-americano Richard Burr renunciou ao cargo, depois de, numa decisão inédita, o FBI ter apreendido o seu telemóvel para investigar o suposto uso, em benefício próprio, de informações privilegiadas, relacionadas com a pandemia do novo coronavírus.
O político não comentou as suspeitam que recaem sobre si, mas em comunicado, confirmou que renunciou ao cargo de presidente do Comité de Inteligência do Senado “até o final da investigação", escreve o El Mundo.
No dia 13 de fevereiro, Burr e a sua esposa venderam repentinamente ações no valor de 1.7 milhões de dólares, onde se incluíam títulos de redes de hotéis e turismo, setores que estão a ser fortemente castigados pela pandemia.
Na altura, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizava os riscos da pandemia, enquanto Burr, graças à sua posição no Senado, teve acesso a avisos por parte das autoridades de saúde, sobre os riscos reais que o país enfrentaria.
Note-se que Burr foi um dos três senadores que, em 2012, votaram contra uma lei que proibia os legisladores norte-americanos de usar informações que obtinham através dos cargos que exerciam para comprar ou vender ativos financeiros.
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E não é caso único. Kelly Loeffler, senadora republicana da Geórgia, vendeu três milhões de euros em ações, após uma reunião à porta fechada com altos funcionários, na qual foi informada acerca das consequências económicas da Covid-19.
Outro dos senadores que vendeu ações pouco antes da chegada em força do novo coronavírus foi David Perdue, que comprou títulos da empresa DuPont, que produz Equipamentos de Proteção Individual, a qual viu a procura disparar entre o pessoal médico.