“Nem quero que vá presa”, diz homem ao abraçar polícia que matou o seu irmão por engano - TVI

“Nem quero que vá presa”, diz homem ao abraçar polícia que matou o seu irmão por engano

Amber Guyger, uma ex-polícia de Dallas, nos Estados Unidos, matou em 2018 um homem desarmado na sua própria casa. Botham Jean estava no seu apartamento, quando a agente entrou e disparou sobre o jovem negro

Amber Guyger, uma ex-polícia de Dallas, nos Estados Unidos, matou em 2018 um homem desarmado na sua própria casa. Botham Jean estava no seu apartamento, quando a agente entrou e disparou. Foi agora condenada a 10 anos de prisão pela morte do jovem negro e, no final do julgamento, recebeu um abraço emocionado do irmão da vítima.

A mulher, que não estava em trabalho no dia 6 de setembro do ano passado, entrou na casa errada, um andar abaixo da sua, e matou Botham. A ex-agente sentiu movimentos dentro do apartamento e achou que havia um intruso na sua casa.

Esta quarta-feira, em tribunal, Amber foi condenada a 10 anos de prisão pelo homicídio do jovem negro. Na sala, as reações foram de desagrado, excepto de uma pessoa: o irmão de Botham.

Eu não era para dizer isto em frente à minha família, ou a qualquer outra pessoa, mas eu nem quero que vá para a prisão”, afirmou Brandt Jean, antes de abraçar a condenada. "Eu só quero o melhor para ti", sublinhou.

A pena podia ir até aos 99 anos e a procuradoria tinha pedido 28 anos, a idade que o jovem teria agora se fosse vivo.

Porquê condenar alguém por homicídio e depois dar apenas 10 anos? Isso é um balde de água fria", disse Dominique Alexander, presidente da Next Generation Action Network, de acordo com o The New York Times.

Teria sido diferente se ele fosse um homem branco? Teria ela reagido de maneira diferente? Ela tirou-me a vida, tirou a minha própria vida", afirmou a mãe de Botham, Allison Jean.

Botham, que tinha 26 anos quando foi assassinado, trabalhava numa consultora de sucesso internacional e, segundo a família, evitava confrontos com a polícia por saber que muitos casos de violência começam por ser negro.

Nos depoimentos na sala do tribunal, a família de Amber disse que este último ano foi difícil para a mulher, que perdeu a personalidade extrovertida, tendo várias vezes mostrado grande arrependimento.

Continue a ler esta notícia