Milhares de iraquianos gritam "Morte à América" em cortejo fúnebre - TVI

Milhares de iraquianos gritam "Morte à América" em cortejo fúnebre

  • RL
  • 4 jan 2020, 09:39

O principal general iraniano e um chefe paramilitar iraquiano foram mortos, na sexta-feira, num ataque aéreo dos Estados Unidos ordenado por Donald Trump

Milhares de iraquianos gritaram este sábado "Morte à América", no cortejo fúnebre do principal general iraniano e de um chefe paramilitar iraquiano, mortos na sexta-feira num ataque aéreo dos Estados Unidos ordenado por Donald Trump.

As cerimónias fúnebres realizaram-se no distrito de Kazimiya, no norte de Bagdad, que abriga um famoso santuário xiita.

De acordo com agências internacionais, muitos dos presentes estavam vestidos de preto e levavam consigo bandeiras iraquianas e bandeiras de milícias apoiadas pelo Irão.

Após o cortejo, será realizado um funeral oficial na zona verde de Bagdad, o bairro mais seguro do Iraque, na presença de muitos líderes iraquianos.

Qassem Soleiman, comandante da força de elite dos Guardiães da Revolução iranianos, Al-Qods, morreu na sexta-feira num ataque dos EUA com um ‘drone’ [aparelho aéreo não tripulado], em Bagdad, juntamente com o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque Hachd al-Chaab, Abu Mehdi al-Muhandis, e outras oito pessoas.

O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte de Soleimani, e o Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano disse que a vingança ocorrerá “no lugar e na hora certos”.

Tanto para os seus apoiantes, como para os seus críticos, Qassem Soleimani, que desempenhou um papel importante no combate aos ‘jihadistas’, era encarado como o homem-chave da influência iraniana no Médio Oriente, tendo reforçado o peso diplomático de Teerão, nomeadamente no Iraque e na Síria, dois países onde os Estados Unidos estão envolvidos militarmente.

O diferendo entre os Estados Unidos e o Irão é longo e a tensão tem vindo a subir de tom desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou unilateralmente, em meados de 2018, Washington do acordo internacional sobre o dossiê nuclear iraniano (firmado em 2015), e decidiu restaurar sanções devastadoras para a economia iraniana.

Para reforçar uma eventual resposta a uma reação iraniana, os Estados Unidos decidiram enviar mais 3.000 militares para o Médio Oriente.

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