Uma muçulmana de 35 anos, que vestia um hijab (véu islâmico que cobre a cabeça e o peito), foi atacada em Nova Iorque, nos EUA, e a sua roupa foi incendiada. O incidente aconteceu na noite do último sábado, em plena Quinta Avenida, quando a mulher estava a olhar para a montra de uma loja de moda. A polícia nova-iorquina indica que um homem é suspeito de ter ateado fogo à roupa da vítima com um isqueiro.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, enquanto olhava para um vestido numa montra numa das ruas mais movimentadas da cidade, a mulher sentiu um calor repentino no braço esquerdo e percebeu que tinha a roupa em chamas. De forma rápida, a mulher conseguiu apagar o fogo e não chegou a ficar gravemente ferida. As chamas fizeram-lhe um buraco na blusa que vestia.
O Departamento de Polícia de Nova Iorque está agora a investigar o caso como um possível crime de ódio. Ainda ninguém foi preso, mas a polícia divulgou na terça-feira um vídeo com um possível suspeito.
WANTED: Male suspect for assault/lighting a women's clothes on fire in f/o 693 5th Ave 9pm, 9/10. Call #800577TIPS https://t.co/2cJk4GfwXR
— NYPD NEWS (@NYPDnews) 13 de setembro de 2016
Num comunicado divulgado após o incidente, Albert Cahn, diretor estratégico de litígio no Conselho de Relações Americano-Islâmicas mostrou-se preocupado com o aumento no número de ataques contra muçulmanos nos EUA.
“Isso não é algo que deva ser motivo de preocupação apenas para a comunidade muçulmana, mas sim para todos os americanos”, afrmou.
"A intolerância contra muçulmanos tornou-se norma e muitas vezes não tem consequências. A difamação irresponsável e retórica neste ciclo eleitoral atual está a levar a atos violentos contra membros de uma comunidade de fé e deve chegar ao fim", escreveu Linda Sarsour, diretora-executiva da Associação Árabe-Americana de Nova Iorque, numa coluna no jornal The Guardian.
"É tempo de todos os americanos se manifestarem contra isso. Num momento de crescentes tensões, devemos defender a nossa liberdade individual de culto. Como mulher muçulmana, não tenho usado o meu lenço como um ato público de fé, mas como um ato de coragem”, acrescentou.