Mulher obrigada a tapar-se com cobertor para entrar em avião - TVI

Mulher obrigada a tapar-se com cobertor para entrar em avião

  • IS
  • 11 jul 2019, 15:42
Latisha Rowe

O incidente aconteceu com Latisha Rowe, uma médica de 37 anos, num voo da American Airlines. A mulher, que usava um macacão curto, sem alças, foi obrigada a tapar-se com um cobertor

Latisha Rowe foi convidada a sair de um avião da American Airlines porque os funcionários da companhia aérea consideraram que a sua roupa não era adequada. A mulher, uma médica de clínica geral norte-americana, de 37 anos, disse nas redes sociais que se sentiu "humilhada".

O incidente aconteceu no embarque de um voo entre Kingston, na Jamaica, e Miami, nos Estados Unidos. 

Os funcionários da American Airlines começaram por perguntar a Rowe se tinha um casaco, mas ela respondeu que não. Depois, pediram-lhe para se tapar com um cobertor, como condição para embarcar.

Rowe, afro-americana, partilhou o episódio nas redes sociais, onde publicou uma fotografia da roupa que tinha vestida nesse voo: um macacão colorido, curto e sem alças, de verão.

A médica, natural do Texas, disse que foi vítima de racismo.

Fomos vigiados por sermos de cor. Já vi mulheres brancas com calções muito mais curtos que entraram num avião sem qualquer problema”, sublinhou.

Rowe disse que se sentiu humilhada à frente do filho, de apenas oito anos, que viajava com ela. A criança ficou assustada com o que aconteceu.

O meu filho estava ali, não quero dizer paralisado, mas nunca o tinha visto tão quieto, e pude ver na sua cara que estava zangado […] Quando nos sentámos nos nossos lugares ele começou a chorar”, revelou numa entrevista à televisão ABC.

A American Airlines já veio apresentar um pedido de desculpas. Shannon Gilson, porta-voz da companhia aérea, anunciou que a transportadora devolveu a Rowe o dinheiro da viagem e que a empresa está a investigar o caso em conjunto com as autoridades do aeroporto de Kingston, na Jamaica.

Estamos preocupados com os comentários da Drª. Rowe e entramos em contacto com ela e com a nossa equipa no aeroporto de Kingston para reunir mais informação sobre o que aconteceu. Pedimos desculpa à Drª. Rowe e ao seu filho pela experiência e já devolvemos o dinheiro da viagem", informou a porta-voz da companhia.

A American Airlines informou ainda que ia contratar um delegado para a inclusão e diversidade.

Esta não é a primeira vez que a American Airlines é alvo de acusações de discriminação. De acordo com o New York Times, em 2017, a National Association for the Advancement of Colored People (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor) emitiu um aviso sobre esta companhia aérea que alertava para práticas e tratamentos discriminatórios.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE