Obama admite: o Estado Islâmico foi subestimado - TVI

Obama admite: o Estado Islâmico foi subestimado

Obama apela à luta contra o Estado Islâmico

O presidente dos EUA reconhece que não imaginou que a Síria se convertesse na principal zona do jihadismo

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Numa entrevista emitida na noite deste domingo, no programa ‘60 minutos’ da CBS, o presidente Barack Obama admitiu que os EUA subestimaram o Estado Islâmico. 

Obama declarou que, tal como aconteceu no Vietname, a espionagem dos EUA subestimou a evolução do Estado Islâmico, no Iraque e na Síria, confiando erradamente na capacidade das forças de segurança iraquianas para fazerem frente à ameaça dos extremistas.

O presidente norte-americano citou um dos seus principais conselheiros, o diretor de Inteligência Nacional, Jim Clapper, que há duas semanas tinha reconhecido que a espionagem americana se tinha enganado na avaliação feita sobre o EI. «Jim Clapper reconheceu o erro e eu acredito que eles subestimaram o que se estava a passar na Síria», referiu Obama.

«Não fomos capazes de prever que as forças iraquianas no norte do país colapsariam», disse Clapper ao The Washington Post, no passado 18 de setembro, numa referência ao avanço jhadista. «Não fomos capazes de prever a sua vontade de lutar e isso é sempre um problema», acrescentou que o mesmo também aconteceu no Vietname.

«A Al Qaeda desapareceu mas, nos últimos anos, com o caos da guerra civil na Síria, com partes do país sem governo, eles foram capazes de se reorganizarem e utilizar esse caos a seu favor», afirmou o presidente norte-americano ao jornalista, Steve Kroft.

Obama referiu ainda que o Estado Islâmico reagrupou-se e recrutou combatentes estrangeiros desde a Europa, EUA, Austrália e outras partes do mundo muçulmano, o que levou a Síria a converter-se no epicentro, passando a ser «o local de concentração dos jihadistas de todo o mundo».

O presidente declarou que, além da campanha publicitária nas redes sociais, os extremistas sunitas contam com uma boa estrutura militar tradicional, graças ao facto de se terem unido a pessoas do derrotado exército de Sadam Husein.

Apesar de Obama não ter avançado quais as intenções que a Casa Branca tem neste momento, disse: «Temos de reduzir o seu espaço, perseguir os seus chefes, cortar o seu financiamento, destruir as suas armas e cortar o fluxo de jhadistas estrangeiros».

O presidente dos EUA fez questão de enfatizar que os EUA não estão a criar uma nova guerra, mas apenas a assistir o Iraque numa batalha com as suas tropas, fornecendo apenas apoio aéreo.

O presidente da Câmara de Representantes, John Boehner, afirmou que existe a possibilidade de que não se consiga treinar as forças iraquianas para a luta que será necessária. Essa declaração foi feita na manhã de domingo passado, horas antes da emissão da entrevista com o presidente.

«Os soldados de alguém vão ter que estar ali», disse Boehner, e quando lhe foi perguntado se as tropas americanas deviam avançar, caso mais ninguém o fizesse, respondeu: «Não temos outra solução. Eles são bárbaros. Pretendem matar-nos e se não os destruirmos antes disso, vamos ter de pagar um preço elevado».

Obama insistiu na implicação de mais países no conflito, assim como a necessidade de se arranjar uma solução política para que se consiga alcançar a paz duradoura. «Temos que chegar a soluções políticas no Iraque e na Síria, em concreto, mas no Médio Oriente em geral», declarou Obama.

Recordou também o papel dos EUA como «nação imprescindível» dentro da coligação internacional criada para combater o Estado Islâmico, dizendo que «quando há problemas em qualquer parte do mundo, não chamam Pequim ou Moscovo, chamam-nos a nós».
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