Polícia resolve homicídio que era um mistério há mais de 30 anos - TVI

Polícia resolve homicídio que era um mistério há mais de 30 anos

  • SS
  • 24 jun 2018, 09:50

Um guardanapo permitiu descobrir o homicida de Michella Welsh, assassinada em 1986, quando tinha apenas 12 anos

O mistério da agressão sexual seguida de homicídio de uma adolescente americana em 1986 foi resolvido 32 anos depois graças a uma técnica inovadora da genealogia genética, anunciaram as autoridades do estado de Washington.

Um homem de 66 anos, Gary Hartman, foi detido na quarta e será presente a um juiz esta semana para ser acusado neste caso, que comoveu a cidade de Tacoma, no extremo noroeste dos Estados Unidos, relata a France Press.

A 26 de março de 1986, Michella Welch, de 12 anos, desapareceu enquanto brincava com as suas duas irmãs num parque público da cidade. Um cão da polícia encontrou o seu corpo horas depois, abandonado numa sarjeta.

A investigação não avançou e o caso foi arquivado. Os avanços da tecnologia em ADN permitiram reabri-lo em duas etapas.

Em 2006, a polícia científica conseguiu reconstituir uma impressão de ADN a partir de elementos recolhidos no local do crime, mas não revelou nenhuma correspondência com as fichas de delinquentes registados nos Estados Unidos.

Doze anos depois, a técnica da genealogia genética, que recorre às bases de dados e arquivos genealógicos que incluem pessoas que tenham tentado conhecer sua ascendência, permitiu que a investigação chegasse a bom termo.

A genealogia genética emprega a tecnologia de ADN para associar um perfil desconhecido a um membro de sua família. Recorre-se, então, à genealogia tradicional para construir uma árvore genealógica, graças aos sites na internet disponíveis publicamente", explicou na sexta-feira Donald Ramsdell, chefe da polícia de Tacoma.

Graças a esta técnica foi possível isolar os perfis de dois irmãos, cuja idade e local de residência em 1986 os transformaram em possíveis suspeitos. Ambos foram postos sob vigilância enquanto a Polícia tentou verificar seu perfil genético.

Gary Hartman foi recentemente comer num restaurante sem saber que o seu vizinho de mesa era um inspetor de polícia. Um dos guardanapos de papel que ele usou foi recolhido pelo agente, que o enviou para o laboratório.

O ADN correspondia à impressão retirada do corpo de Michella Welch.

"Neste caso, combinam-se o trabalho policial tradicional e os avanços tecnológicos", destacou Ramsdell.

Chegamos a um ponto em que se alguém é um criminosos que deixou o seu ADN no local do crime, vale mais render-se, porque chegaremos até ele", advertiu Mark Lindquist, promotor do condado de Pierce.

A genealogia genética permitiu também deter no fim de abril passado na Califórnia um homem suspeito de ser "o assassino do Golden State", acusado de 12 homicídios e 50 violações entre 1970 e 1980.

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