Saiba por que corre risco de ataque cardíaco a beber refrigerantes e não a comer doces - TVI

Saiba por que corre risco de ataque cardíaco a beber refrigerantes e não a comer doces

  • MVM
  • 22 mar 2018, 17:56
Lata de refrigerante

Estudo aponta que bebidas açucaradas duplicam risco de morte prematura por doença cardíaca, enquanto os alimentos sólidos açucarados não são associados ao mesmo risco

Bebidas açucaradas, como refrigerantes e sumos industrializados, foram ligadas a mortes prematuras por doenças cardíacas, de acordo com um novo estudo apresentado num encontro de prevenção epidemiológica da Associação Americana do Coração, em Nova Orleans, nos EUA.

De acordo com o jornal britânico Independent, o estudo, intitulado “As diferentes razões geográficas e raciais de acidente vascular cerebral”, chegou à conclusão que os consumidores de bebidas açucaradas têm duas vezes mais probabilidades de morrer de doenças do coração do que aqueles que bebem com moderação.

Para chegar ao resultado, uma equipa de investigadores acompanhou, durante seis anos, um grupo de adultos com mais de 45 anos. O grupo, com quase 18 mil participantes, foi dividido entre os consumidores que bebiam, em média, cerca de 700 mililitros por dia, o que dá uma média de duas latas de refrigerante (350 ml), e os que bebiam menos de 29 ml de bebidas açucaradas por dia. A conclusão foi clara: um adulto com cerca de 45 anos que, em média, beba duas latas de refrigerantes por dia, duplica o risco de vir a sofrer um ataque cardíaco.

Todos nós temos um papel a desempenhar para ajudar a combater a obesidade e esperamos que as nossas ações na redução de açúcar, tamanho das porções e promoção de produtos de baixa ou nenhuma caloria, sejam um exemplo para o setor de alimentos", diz Gavin Partington, diretor-geral da Associação Britânica de Refrigerantes.

E se as bebidas açucaradas estão ligadas à morte prematura por doenças cardíacas, o mesmo estudo também destacou que os alimentos sólidos açucarados, como pães e doces, não representam o mesmo risco de morte precoce. De acordo com o investigador que liderou o estudo, Jean Welsh, da Emory University, acredita-se que alimentos doces são processados pelo corpo de forma diferente.

Embora reconheçamos a gravidade dos problemas de saúde associados à obesidade, é importante ressalvar que um estudo deste tipo não pode provar causa e efeito, pois não tem em conta outros fatores da vida das pessoas”, afirma Gavin Partington.

As descobertas, contudo, só estabelecem uma associação e não provaram causa e efeito. Estudos anteriores mostraram uma ligação entre açúcar adicionado, obesidade e doença crónica, mas o impacto sobre as taxas de mortalidade ainda não está claro.

Acreditamos que este estudo acrescenta dados sólidos ao que já existe, destacando a importância de minimizar as bebidas açucaradas na nossa dieta", afirma o investigador que liderou a investigação, Jean Welsh, da Universidade Emory, em Atlanta, EUA.

Os refrigerantes e sumos de fruta constam na lista de bebidas açucaradas, enquanto que as sobremesas e os cereais na lista de alimentos açucarados.

O consumo de bebidas açucaradas, que têm poucos outros nutrientes, faz com que o corpo seja atingido por uma “inundação de açúcar”, diz Jean Welsh. Em contraste, os alimentos açucarados geralmente contêm outros nutrientes, como gorduras ou proteínas, que retardam o metabolismo.

Sabemos que, se os profissionais de saúde não perguntarem aos pacientes sobre práticas de estilo de vida relacionadas à obesidade e às doenças crónicas, os pacientes tendem a pensar que eles não são importantes. O simples facto de perguntar aos pacientes sobre o consumo de bebidas açucaradas já conta muito", afirma o mesmo investigador.

 

 

 

 

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