Trump pediu à Turquia gravações áudio e vídeo de Jamal Khashoggi - TVI

Trump pediu à Turquia gravações áudio e vídeo de Jamal Khashoggi

  • SS - atualizada às 09:28
  • 18 out 2018, 07:43
Donald Trump

Ancara terá gravações vídeo e áudio que provam que Khashoggi foi morto no consulado da Arábia Saudita em Istambul

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na quarta-feira que pediu à Turquia o vídeo e o áudio relacionados com o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi “caso existam”.

De acordo com alguns meios de comunicação turcos e norte-americanos, Ancara tem gravações vídeo e áudio que provam que Khashoggi foi morto no consulado da Arábia Saudita em Istambul.

Donald Trump lembrou que a Arábia Saudita é uma aliada importante dos Estados Unidos, destacando que o país é um cliente relevante nas exportações militares norte-americanas.

O presidente norte-americano disse ainda acreditar que no final desta semana se saberá o que aconteceu ao jornalista saudita Jamal Khashoggi.

As autoridades dos Estados Unidos garantem que estão a levar o desaparecimento de Khashoggi “muito a sério”, mas Trump diz que não envolveu a polícia federal na investigação porque o jornalista não é um "cidadão americano".

Os senadores democratas pediram para que o republicano Donald Trump torne públicas as suas relações financeiras com a Arábia Saudita, preocupados com um alegado “conflito de interesses” em relação ao caso de Jamal Khashoggi

O presidente dos EUA garantiu, através da rede social Twitter, que não tinha interesses financeiros na Arábia Saudita, considerando que sugerir essa possibilidade é “uma informação falsa”.

 

Polícia turca termina buscas à residência do cônsul saudita

A polícia turca terminou esta quinta-feira de madrugada as buscas à residência do cônsul saudita em Istambul.

O canal de televisão da Turquia NTV emitiu imagens dos agentes da unidade de investigação que abandonavam a casa por volta das 05:00 (02:00 em Lisboa) transportando caixas de cartão e sacos.

As autoridades turcas efetuaram na passada segunda-feira uma busca ao consulado que se prolongou durante nove horas. O consulado fica localizado a 200 metros da residência do cônsul.

A autorização de Riade para que pudessem ser efetuadas buscas na residência do diplomata só foi emitida na noite de terça-feira, no mesmo dia em que o cônsul Mohamed Otaibi abandonou a Turquia com destino à Arábia Saudita.

No dia 2 de outubro, Jamal Khashoggi, foi visto a entrar no edifício do consulado saudita em Istambul, onde ia pedir documentação para o seu casamento com uma cidadã turca, e não chegou a sair.

O diário The New York Times e a estação televisiva CNN noticiaram na segunda-feira que a Arábia Saudita planeia reconhecer que o jornalista morreu sob a sua custódia no consulado, numa operação cujo controlo lhe escapou, um interrogatório que "correu mal", mas que tentará distanciar dos acontecimentos a cúpula do reino.

Segundo o diário nova-iorquino, cinco dos supostos 15 envolvidos no caso são próximos do príncipe herdeiro.

Na terça-feira, a CNN noticiou, citando uma fonte turca, que Jamal Khashoggi foi mesmo assassinado dentro do consulado saudita de Istambul há duas semanas e que o seu corpo foi depois desmembrado para ser retirado do edifício.

A polícia turca iniciou na quarta-feira buscas à residência do cônsul saudita, Mohammad Al-Otaibi, que, segundo a imprensa turca, estava presente no consulado quando Khashoggi foi morto, e que abandonou Istambul na terça-feira à tarde com destino a Riade.

Jamal Khashoggi, um crítico do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, era colaborador do Washington Post e vivia nos Estados Unidos desde 2017.

O Washington Post já anunciou que vai publicar uma coluna de Khashoggi, na qual o jornalista analisa a importância da liberdade de imprensa no Médio Oriente.

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