O homem da saudação nazi “Heil Trump”, que tanta tinta fez correr nos Estados Unidos, nos últimos dias, diz que o Presidente eleito deu um novo alento aos movimentos nacionalistas, mesmo que tenha assumido publicamente a sua condenação, e que tem grandes expectativas para o seu mandato.
Em entrevista à BBC, Richard Spencer, 38 anos, um dos fundadores do grupo de extrema-direita “Alt-Right” (abreviatura de “Alternative Right”, na tradução “Direita Alternativa”), afirma que a eleição de Donald Trump encoraja os nacionalistas a lutarem pela recuperação do controlo do que dizem ser a sua civilização e sociedade, da qual sentem ter sido “desapropriados”.
Donald Trump pode fazer algumas coisas maravilhosas, particularmente na política externa, onde o Presidente não precisa do Congresso para atuar. Vamos viver num mundo mais pacífico porque Donald Trump foi eleito”, perspetivou Spencer.
O primeiro desejo deste grupo de extrema-direita é, “obviamente, o muro” na fronteira com o México. Resolvida a questão do muro, a “Alt-Right” espera que Trump cumpra outra das suas promessas, a de ter mão pesada para os imigrantes.
O que precisamos não é só de pulso firme com a imigração ilegal. Precisamos de uma restrição séria da imigração legal. Acho que Trump poderia estar aberto a isso. Como? Agora temos políticas que expandem a imigração legal e aumentam o número de pessoas não brancas que emigram para este país. Mudar isso é uma questão de política”, defendeu.
Tal como Trump, para este grupo, é do lado de lá da fronteira com o México que vem todo o mal que atinge a sociedade norte-americana.
Não creio que o comportamento ou a cultura sejam tradições aleatórias arbitrárias, sem conexão com a biologia. Os hispânicos comportam-se de uma forma que pode derivar da sua identidade racial. Os hispânicos têm muitas taxas altas de todo tipo de disfunção social. Na América do Sul, as sociedades hispânicas têm muitos mais crimes, maior índice de pobreza, de disfunções sociais, do que as sociedades brancas”, argumentou.
Desde que Donald Trump foi eleito têm sido denunciados vários crimes de ódio, apesar de o Presidente eleito ter afirmado, em entrevista ao New York Times, que condena e repudia a atuação de grupos de extrema-direita como o "Alt-Right".