Trump: uma gravata torta e o discurso sobre um "estado da união forte" - TVI

Trump: uma gravata torta e o discurso sobre um "estado da união forte"

Discurso sobre o Estado da União marcado pelos feitos históricos, crescimento económico, construção do muro e o regresso do "America first". Donald Trump reconciliou-se com as mulheres, mas deixou recados à NATO, Rússia e China

Foram 83 minutos de análise ao Estado da União. Numa altura em que enfrenta uma maioria democrata na Câmara dos Representantes, Donald Trump, com a gravata torta, pediu a “construção de pontes” sobre os pontos de divergência entre os dois lados da barricada. Falou de "um Estado da União forte", mas a presidente da Câmara dos Representantes não o aplaudiu. 

O início do discurso fica marcado por um apelo à união partidária entre os partidos: “não somos dois partidos somos uma união”. Por várias vezes foi interrompido ao som da "sigla de ordem": "USA, USA, USA".

Esta não é a agenda republicana, esta não é a agenda democrata, é a agenda dos norte-americanos”, defendeu Donald Trump

Era conhecido de antemão que Trump iria abordar "a grandeza norte-americana" e foi por aqui que enveredou no início da declaração. O presidente norte-americano realçou o papel do país na II Guerra Mundial, a chegada do homem à Lua e os desenvolvimentos na ciência. Ao longo do discurso deixou vários elogios aos veteranos de guerra. 

Situação económica dos EUA

Um dos pontos chaves do discurso, o qual abordou desde o início, foi a situação financeira do país. Donald Trump apresentou os factos económicos que sustentam o crescimento da nação "no dobro" face ao momento em que tomou posse.

A economia cresce duas vezes mais rápido do que quando eu tomei posse", garantiu o presidente norte-americano.

O presidente norte-americano "apresentou" a taxa de desemprego mais baixa do século e abordou o regresso das empresas ao país "devido à diminuição de impostos e regulamentações revolução". Trump assegurou que o país é já o "maior produtor do mundo de petróleo e gás natural", o que é verdade se for contabilizada a produção de petróleo de xisto. 

A economia norte-americana é a número um do mundo", defendeu Donald Trump.

Sobre o emprego, o presidente assegurou que o país vai defender os postos de trabalho dos americanos, num alusão à construção de barreiras que impeça a entrada de imigrantes. 

Muro com o México e Imigração: um ultimato

O ponto da discordia entre o Governo e a maioria democrata, que controla a Câmara dos Representantes, o muro entre o México e os EUA foi outro dos pontos fortes da declaração. Donald Trump realçou a contagem final, de dez dias, para a aprovação do decreto que permite a construção da barreira física e anunciou que vai "enviar mais de três mil soldados para travar as caravanas de migrantes"

Temos o dever moral de criar um sistema de imigração que permita proteger os empregos e trabalhadores norte-americanos”, defende Donald Trump.

Sobre os imigrantes, com o aproximar das caravanas provenientes da América Central, garantiu que contribuem para a instabilidade e insegurança do país. Por estes factos, defende que um dos objetivos da administração é criar um sistema de imigração que proteja os empregos e trabalhadores norte-americanos.

Milhares de americanos são mortos por vândalos que atravessam a fronteira no sul", revelou o presidente dos EUA

Num discurso assertivo anunciou, sem um consenso alcançado com os democratas que resolva em definitivo o shutdown, que "vai construir o muro"

Os muros funcionam e salvam vidas", assegurou Donald Trump

Política Internacional

Nas relações com o exterior, Donald Trump aproveitou para deixar recados à NATO, Rússia e China.

Fomos enganados por amigos como a NATO", defendeu Donald Trump 

No meio dos recados, com a divulgação de novas sanções ao Irão, acabou por anunciar um novo encontro com Kim Jong Un, com quem revela "ter uma amizade". Donald Trump considera ainda que "se não tivesse sido eleito" o país estaria em guerra com a Coreia do Norte.

A minha relação com Kim Jong Un é boa e vamos encontrar-nos nos dias 27 e 28 de fevereiro no Vietname", anunciou o presidente norte-americano

Sobre o Médio Oriente salientou que foi a administração Trump que "aniquilou o autoproclamado Estado Islâmico". Dezanove anos depois da chegada de tropas norte-americanas à região garantiu que está próxima uma resolução política para o conflito no Afeganistão. 

Saúde e Obama Care

Um dos objetivos do governo vai passar pela diminuição dos custos com a saúde e prescrições médicas para os utentes. Num constante ataque ao Obama Care, garante que foi sob a sua administração que o sistema de saúde melhorou. 

É inaceitável que os americanos paguem mais pela saúde em comparação com cidadão de outros países”, lamentou Donald Trump

Donald Trump anunciou ainda que vai apresentar um projeto de lei que "bane os abortos a longo prazo", de forma a proteger "bebés que não têm oportunidade de conhecer o mundo"

Reconciliação com as mulheres e "América First"

Um grupo de mulheres democratas apareceu vestido de branco em protesto, mas acabou por aplaudir o presidente. Donald Trump fez um discurso em que dignificou o papel da mulher e denunciou casos de violação. O Presidente deu nota ainda para o Congresso com a maior participação feminina que há memória. 

Ao longo da declaração, apresentou 13 convidados, cidadão anónimos, entre os quais uma menina de 10 anos que venceu um cancro, veteranos de guerra e uma ex-condenada.

O discurso terminou da mesma forma que deu início ao mandato: "América first (América primeiro)". Donald Trump apelou apelou para que os norte-americanos se unam em prol do bem estar do país "que nunca será socialista"

Descobrimos o desconhecido, somos ligados como vizinhos e patriotas peço-vos que aceitemos a nossa grandeza", defendeu Donald Trump.

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