Elisa Ferreira com "luz verde" do Parlamento Europeu - TVI

Elisa Ferreira com "luz verde" do Parlamento Europeu

Nova comissária toma posse a 1 de novembro

Elisa Ferreira, de 63 anos, recebeu esta quinta-feira a "luz verde" dos eurodeputados para assumir o cargo de comissária, apurou a TVI junto de fontes parlamentares. A nova comissária deve tomar posse em 01 de novembro como comissária da Coesão e Reformas no novo executivo comunitário liderado por Ursula von der Leyen.

A TVI sabe que Elisa Ferreira foi aprovada com rasgados elogios à sua prestação na audição de quarta-feira. A eurodeputada foi ouvida na quarta-feira durante várias horas, mas a reunião acabou demasiado tarde e só hoje os coordenadores dos partidos com assento parlamentar se reuniram para aprovar a nomeação. 

Elisa Ferreira torna-se a primeira mulher portuguesa a integrar o executivo comunitário desde a adesão de Portugal à comunidade europeia, em 1986.

Na audição, realizada quarta-feira perante a comissão de Desenvolvimento Regional da assembleia europeia (com a participação de eurodeputados das comissões de Orçamentos e de Assuntos Económicos e Monetários), Elisa Ferreira apresentou o seu plano de trabalho.

Dirigindo-se aos eurodeputados, na declaração inicial da sua audição, a comissária indigitada por Portugal apresentou as seis “tarefas fundamentais”, algumas delas “urgentes”, que a presidente eleita, Ursula Von der Leyen, lhe confiou, nomeadamente a necessidade de “um acordo célere” com a assembleia europeia para que os programas das pastas que tutela possam estar a “funcionar em pleno” desde o primeiro dia.

Para Elisa Ferreira, reformas e coesão têm de “trabalhar em conjunto” e reforçar-se uma à outra, não o contrário.

Reiterando várias vezes a sua intenção de trabalhar em cooperação próxima com o Parlamento Europeu, e de apresentar resultados práticos nos primeiros 100 dias no cargo, a comissária indigitada por Portugal propôs-se a promover o desenvolvimento sustentável de cidades e áreas urbanas, iniciando a discussão já em janeiro, no Cities Forum, na sua cidade natal, o Porto.

Enquanto comissária responsável pela Coesão e Reformas, a antiga ministra dos governos chefiados por António Guterres - primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002- e antiga eurodeputada (2004-2016), quer dedicar uma “atenção particular” as regiões ultraperiféricas e comunicar aquilo que as pastas que irá tutelar já fizeram pelos cidadãos.

“O meu objetivo é visitar as regiões […]. Para encorajar uma implementação mais rápida e melhor dos projetos e para que as comunidades saibam que ninguém é deixado para trás”, uma preocupação expressa em outros momentos da sua intervenção de 15 minutos, no qual recordou o seu percurso profissional profundamente ligado à Coesão.

 

“A Coesão é o coração do projeto Europeu. E as Reformas, juntamente com a Coesão, devem estar no cimo da nossa agenda, uma vez que a globalização e a cada vez mais rápida evolução tecnológica colocam uma grande pressão nas economias locais”, defendeu, sendo aplaudida pelos eurodeputados.

Se Elisa Ferreira, de 63 anos, receber a ‘luz verde’ dos eurodeputados, como é expectável, tornar-se-á a primeira mulher portuguesa a integrar o executivo comunitário desde a adesão de Portugal à comunidade europeia (1986).

Elisa Ferreira tem "todas as capacidades" para ser comissária com "peso político"

Elisa Ferreira tem “todas as capacidades” para ser “uma comissária que não seja dominada pela administração, mas que domine a administração” e com “peso político”, prevê o presidente da comissão de Desenvolvimento Regional do Parlamento Europeu.

Em declarações após a comissão parlamentar de Desenvolvimento Regional ter aprovado a nomeação de Elisa Ferreira como comissária da Coesão e Reformas do futuro executivo comunitário de Ursula Von der Leyen, Younous Omarjee indicou que a comissão a que preside fez uma “avaliação muito positiva” da audição da comissária indigitada por Portugal.

Pensamos que a comissária tem todas as capacidades para ser uma comissária forte, uma comissária que não seja dominada pela administração, mas que domine a administração, e uma comissária com peso político no seio do colégio de comissários”, defendeu Younous Omarjee.

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