Comissão Europeia quer eletrodomésticos mais fáceis de reparar - TVI

Comissão Europeia quer eletrodomésticos mais fáceis de reparar

  • HMC
  • 1 out 2019, 14:32
Electrodomésticos [Arquivo]

Frigoríficos, máquinas de lavar louça e roupa e televisões são alguns dos aparelhos que, até 2021, estarão no mercado com novas regras

A Comissão Europeia adotou esta terça-feira regras para tornar os eletrodomésticos mais fáceis de reparar, reciclar, com menos consumo de energia para prolongar a sua vida útil, apontando poupanças nas emissões de gases poluentes.

Frigoríficos, máquinas de lavar louça e roupa, televisões e monitores, fontes de alimentação, motores elétricos, frigoríficos de venda ao público, transformadores e máquinas de soldar são os produtos que a partir de 2021 terão que estar no mercado com as novas regras.

Entre elas, a garantia de haver peças de substituição durante prazos mínimos de sete a 10 anos após a compra, de poderem ser entregues com rapidez e de poderem ser montadas sem a necessidade de ferramentas especiais ou sem o risco de danificar o equipamento durante a reparação.

Os fabricantes terão também que garantir manuais de reparação para profissionais e para consumidores.

No caso de máquinas de lavar e secar roupa, deverão consumir menos 711 milhões de metros cúbicos por ano até 2030.

A diretora da Associação de Consumidores Europeia, Monique Goyens, comentou que é essencial abandonar a "cultura do deitar fora", que acaba com os recursos naturais e esvazia os bolsos dos consumidores".

O responsável pela pasta do Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade europeu, Jyrki Katainen, afirmou que as medidas "podem poupar aos lares europeus uma média de 150 euros por ano e contribuir para uma poupança de energia equivalente ao consumo total anual da Dinamarca em 2030".

Essa poupança evitará a emissão para atmosfera de 46 milhões de toneladas de gases como dióxido de carbono, um contributo para "uma União Europeia completamente descarbonizada em 2050".

O diretor da associação europeia da indústria dos eletrodomésticos, Paolo Falcioni, destacou que é preciso que "as autoridades supervisoras do mercado tenham recursos suficientes e coordenação para enfrentar novas dificuldades em verificar o cumprimento da lei".

Estas medidas vêm juntar-se às novas regras adotadas em março deste ano para as etiquetas de eficiência energética dos produtos, que se espera consigam até 2020 uma poupança de 150 milhões de toneladas de petróleo - o equivalente ao consumo de energia primário de Itália - e de 285 euros por ano aos consumidores.

Associações ambientalistas portuguesas saudaram a adoção de leis europeias para obrigar os fabricantes a produzirem eletrodomésticos que gastam menos eletricidade e são mais fáceis de reparar.

A legislação anunciada pela Comissão Europeia na diretiva de conceção ecológica abrange televisões, monitores, frigoríficos, arcas congeladoras e máquinas de lavar e secar roupa, que terão que cumprir as regras a partir de 2021.

O desenho dos produtos deverá torná-los mais fáceis de arranjar quando se estragam, mais fáceis de reciclar e com menos consumo, procurando-se aumentar a vida útil.

Em comunicado, a associação ZERO salientou que fabricar eletrodomésticos que gastam menos energia permitirá poupar o equivalente a "05 por cento do consumo de eletricidade" da União Europeia (UE), poupando a consumidores e empresas "20 mil milhões de euros".

Só no caso das máquinas de lavar, garantir mais cinco anos de utilização "irá poupar na UE tantas emissões como retirar meio milhão de carros das ruas por ano".

A ZERO afirma que "o próximo passo será disponibilizar peças de reposição e manuais de reparação para todos, não apenas para os reparadores profissionais, e estender as possibilidades de reparação para muitos outros produtos, destacando-se produtos relevantes como os 'smartphones'".

A Quercus considera que esta legislação "é um ponto de viragem" na produção e no consumo que acompanha medidas já tomadas no sentido da eficiência energética e redução das faturas de eletricidade.

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