Elisa Ferreira irá abster-se em decisões que envolvam o marido - TVI

Elisa Ferreira irá abster-se em decisões que envolvam o marido

  • HMC
  • 2 out 2019, 21:09

A comissária indigitada por Portugal afirmou que não vai participar em decisões que possam envolver "direta ou indiretamente" o seu marido.

A comissária indigitada por Portugal, Elisa ferreira, revelou esta quarta-feira que irá abster-se de participar em decisões que envolvam “direta ou indiretamente” o seu marido, de modo a prevenir qualquer “perceção de um conflito de interesses”.

Questionada pela eurodeputada austríaca Simone Schmiedtbauer (Partido Popular Europeu) sobre a possível existência de um conflito de interesses entre a pasta que irá tutelar – da Coesão e Reformas – e o cargo do marido, Fernando Freire de Sousa, que é presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) Norte, entidade responsável pela aplicação de fundos comunitários, a comissária designada começou por agradecer a oportunidade de, diante do Parlamento Europeu, poder esclarecer a questão.

Escrevi à presidente eleita dizendo que, se em algum momento, houver algum risco – e vou ler o que escrevi –, estou preparada para tomar todas as medidas necessárias para prevenir qualquer perceção de conflito de interesses. Concretamente, isto significa que me absterei de qualquer participação em decisões relativas à implementação de fundos que são da minha responsabilidade e que possam diretamente ou indiretamente ter impacto nos interesses pessoais do meu marido enquanto presidente dessa instituição”, revelou.

Elisa Ferreira, que escolheu responder em inglês para que “todos percebessem”, insistiu que, se em algum momento, “houver algum aspeto pessoal” relacionado com o seu marido, irá abster-se “por completo”, o que significa que se considera “impossibilitada de decidir e caberá à presidente eleita decidir ou delegar a decisão”.

Estou convencida que isto nunca irá acontecer. O meu marido nunca conheceu ou negociou com o anterior comissário [a romena Corina Cretu] e o anterior comissário nunca teve qualquer coisa a decidir sobre ele. Contudo, queria esclarecer esta questão e enviei a carta à presidente eleita”, sublinhou.

A comissária indigitada por Portugal disse ainda estar preparada para tomar “quaisquer medidas adicionais” que os eurodeputadas possam considerar necessárias.

A antiga ministra dos governos chefiados por António Guterres - primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002- e antiga eurodeputada (2004-2016) reiterou estar convicta de que não há conflito de interesses entre a sua pasta e o cargo de Fernando Freire, uma vez que o presidente da CCDR-Norte responde ao Governo português, nomeadamente ao ministro do Planeamento.

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