“É um problema para toda a União Europeia e, nesse sentido, pedimos a realização de uma cimeira europeia extraordinária na próxima semana.”
“Donald Tusk vai tratar disso”, acrescentou.
O presidente do Conselho Europeu vai tomar uma decisão sobre este pedido na quinta-feira.
O tom de Merkel sobre a crise de refugiados foi menos duro do que o do ministro do Interior alemão que, esta terça-feira, sugeriu a possibilidade de a União Europeia reduzir a atribuição de fundos aos países que recusem aceitar o regime de quotas para a recolocação dos refugiados. A chanceler alemã apelou ao espírito europeu e rejeitou um discurso de "ameaças".
Merkel sublinhou a necessidade de os líderes europeus, à margem das quotas que debatem com os ministros do Interior, abordarem questões como a ajuda aos países de origem dos refugiados e a criação de mais centros para o registo de requerentes de asilo nas fronteiras exteriores da União Europeia."As ameaças não são a melhor forma de se conseguir alcançar um acordo".
Os ministros do Interior da União Europeia estiveram reunidos em Bruxelas, na segunda-feira, mas não foi possível chegar a um acordo .
Os estados que constituem o Grupo de Visegrárd, a Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia, já fizeram saber que estão contra o sistema de quotas obrigatórias que a Comissão Europeia quer implementar e o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, confirmou isto mesmo, afirmando que “um determinado número de países não quer aderir a este processo de solidariedade”.
Angela Merkel aproveitou também para justificar o controlo de refugiados nas fronteiras alemãs imposto desde o fim de semana. A governante afirmou, esta terça-feira, que a medida tem como objetivo facilitar o registo de refugiados.
Além da Alemanha, também a Eslováquia e a Áustria ordenaram o controlo das fronteiras e a entrada de refugiados, suspendendo, assim, o acordo de Schengen, que permitiu a livre circulação de pessoas na União Europeia.
Já esta terça-feira, a passagem de migrantes e refugiados da Sérvia para a Hungria foi totalmente bloqueada, com o país a declarar o estado de crise. A medida que pretende conter o fluxo de refugiados foi implementada depois de, na segunda-feira, o país ter assistido à entrada de um número recorde de refugiados: 9.380 pessoas.