Tinslee Lewis nasceu prematura, em fevereiro do ano passado, com uma rara anomalia cardíaca e problemas pulmonares crónicos. Durante vários meses, a família de bebé lutou para que o hospital onde est+a internada, nos Estados Unidos, mantivesse o tratamento.
No entanto, esta quinta-feira uma juíza do Texas decidiu a favor da unidade hospitalar que planeia desligar as máquinas que mantêm a bebé de 11 meses viva. A decisão, que vai contra a vontade da família, está a dividir o Estado norte-americano, maioritariamente conservador.
A intenção de desligar as máquinas por parte dos médicos surgiu depois de terem chegado à conclusão que o sofrimento que estavam a causar a Tinslee, para mantê-la viva, era um sofrimento em vão: "Tinslee está a sofrer todos os dias. Sofre com tudo o que fazemos para mantê-la viva".
Tinslee está a sofrer e tem dores todos os dias. Nós sabemos que é muito difícil para esta família, que tinha muitas esperanças de que ela melhorasse. A verdade é que ela não vai ficar melhor”, afirmou o porta-voz do hospital, Kim Brown.
A bebé tem que tomar analgésicos e sedativos regularmente e está paralisada a tempo inteiro. Segundo o hospital, os médicos têm que a manter sedada, para que ela não puxe os fios que a ligam ao ventilador.
Sandee B. Marion, a juíza do Texas, rejeitou esta quinta-feira uma providência cautelar apresentada pela família de Tinslee, numa tentativa de a manter ligada às máquinas durante mais algumas semanas.
Em declarações à CNN, o porta-voz do hospital garantiu que não serão tomadas quaisquer medidas nos próximos sete dias, de forma a dar oportunidade à família de recorrer da decisão.
A decisão da juíza Sandee B. Marion restaura a capacidade da equipa médica do Hospital Cook Children de tomar as decisões mais compassivas e clinicamente apropriadas para Tinslee, enquanto ela luta para sobreviver a cada dia”, afirmou o hospital através de um comunicado. “É um dia bastante emotivo e difícil para todos os envolvidos, especialmente para esta família que tinha muitas esperanças que Tinslee recuperasse.”
Trinity Lewis, a mãe da bebé de 11 meses, conseguiu o apoio de vários políticos conservadores, alguns grupos religiosos e o apoio do grupo anti aborto "Right to Life".
Estou com o coração partido pela decisão de hoje, porque a juíza basicamente disse que a vida de Tinslee não vale a pena ser vivida. Sinto-me frustrada porque qualquer pessoa naquele tribunal desejaria mais tempo, tal como eu, se Tinslee fosse o seu bebé. Espero que possamos continuar a lutar através de um recurso para a proteger. Ela merece o direito de viver”, afirmou a mãe.
O próprio governador do Texas, Greg Abbot, afirmou que iria continuar a apoiar a família através de todas as “vias legais para assegurar que Tinslee tem todas as hipóteses de ter uma vida”.
O hospital entrou em contacto com mais de vinte unidades hospitalares, de Los Angeles a Filadélfia, para saber se algum outro estaria disposto a tomar conta da criança. A resposta foi negativa, uma vez todas as unidades hospitalares estão de acordo com a decisão tomada pelo hospital Cook Children’s.
Tudo aquilo que temos estado a fazer para a manter viva está a causar-lhe muita dor e sofrimento e não queremos continuar a fazê-lo. Queremos acabar com a sua dor. Nós acreditamos que o conseguimos fazer, se nos permitirem, uma transição natural e pacífica”, acrescentou o porta-voz do hospital.