Tropa portuguesa socorreu aldeia no meio da selva da República Centro-Africana - TVI

Tropa portuguesa socorreu aldeia no meio da selva da República Centro-Africana

  • 2 set 2018, 18:14
Militares portugueses - República Centro Africana

Paraquedistas portugueses integrados nas Nações Unidas foram até Mingala. Missão visou levar medicamentos à aldeia, onde têm morrido crianças e adultos por causas não identificadas

Três dezenas de paraquedistas portugueses, que integram a 3.ª Força Nacional Destacada na República Centro-Africana, realizaram uma operação de ajuda humanitária na passada sexta-feira, na aldeia de Mingala, aldeia a 500 quilómetros da capital, Bangui.

Em comunicado agora divulgado, o Estado Maior General das Forças Armadas refere que a ação na aldeia, solicitada pelas Nações Unidas, teve como "principal objetivo avaliar e recolher elementos de informação para posterior análise e determinação das mortes na região e fornecer medicamentos de emergência para salvar vidas".

Na aldeia de Mingala, "acessível apenas pelo meio da selva", tem-se registado "um número indeterminado de mortos, principalmente de crianças, por causas desconhecidas".

Face ao perigo de grupos armados na região, os militares portugueses asseguraram "as operações de reconhecimento das zonas de aterragem, a segurança da área, bem como a escolta e a proteção próxima do grupo de especialistas civis das Nações Unidas e dos elementos de várias agências humanitárias em missão na República Centro-Africana".

Meio milhar de missões

A 3.ª Força Nacional Destacada na capital da República Centro-Africana, Bangui, realizou, desde março, mais de meio milhar de missões, entre as quais patrulhas motorizadas, escoltas e operações de defesa e controlo de terreno ou infraestruturas chave.

Na maioria, os grupos armados na República Centro-Africana desenvolvem ações criminais para reunirem dinheiro, como raptos (de governantes locais e membros de organizações não-governamentais), extorsões, furto de gado e abate de elefantes para venda de marfim.

Os rebeldes realizam também ações de bloqueio de vias de comunicação, para impedir a ajuda humanitária, e recorrem também ao tráfico de diamantes e ouro.

A República Centro-Africana caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do Presidente François Bozizé, por vários grupos juntos na Séléka (coligação, na língua local), de maioria islâmica.

Depois, um grupo de milícias cristãs (anti-balaka) opuseram-se aos vencedores, desencadeando uma guerra civil ainda por terminar.

O Governo do Presidente Faustin Touadera, antigo primeiro-ministro e vencedor das eleições presidenciais de 2016, controla apenas um quinto do território.

A missão da ONU está no país desde 2014 e Portugal enviou três forças nacionais.

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