ExpoDubai vai ser "o primeiro mega evento com público" desde a pandemia - TVI

ExpoDubai vai ser "o primeiro mega evento com público" desde a pandemia

  • Agência Lusa
  • RL
  • 14 ago 2021, 08:14
Dubai

Expo 2020 arranca a 1 de outubro, no Dubai, depois de ter sido adiada um ano devido à pandemia

A Expo 2020 Dubai "vai ser o primeiro evento mega com público" desde a pandemia, afirma, em entrevista à Lusa, o administrador com o pelouro das operações ('Chief Operations Officer') da organização, Rolando Borges Martins.

"Este vai ser o primeiro evento assim mega com público desde que entrámos neste processo pandémico, nós vimos agora os Jogos Olímpicos", mas ainda com um "regime restritivo" no que toca a público, com estádios vazios e os diferentes equipamentos sem presença de público, "exceto aqueles muito ao ar livre, onde havia alguma capacidade de agregar gente", salienta o responsável.

A Expo 2020 Dubai arranca em 01 de outubro, no Dubai, depois de ter sido adiada um ano devido à pandemia.

"Temos uma preparação massiva de medidas restritivas, cuidadosas" na Expo 2020, refere, apontando que "o 'staff' todo e todas as pessoas que vão estar a trabalhar no recinto" estão "totalmente vacinadas" e haverá "testes periódicos".

Existe um "controlo muito apertado" para que todos, do lado da organização da exposição mundial, estejam "sempre muito preparados" para qualquer eventualidade.

Os trabalhos são realizados com equipas A, equipas B, "para não haver sempre contactos" e ter a "capacidade de isolar um conjunto" de pessoas "se necessário" e ter "outro preparado para avançar em termos operacionais", explica Rolando Borges Martins.

Há, de facto, aqui uma grande preocupação porque vamos estar expostos ao mundo inteiro, com um evento com massas e centenas de milhares de pessoas por dia", salienta o administrador.

Quanto ao número de visitantes esperados, a meta "está na mesma fixada nos 25 milhões em seis meses".

É claro que há "uma alteração do perfil do visitante que esperamos porque as projeções que tínhamos estavam baseadas num destino que era o Dubai, que vivia de muito turista, visitação estrangeira", o qual "está a retomar, mas ainda não está aos níveis do que era anteriormente", acrescenta.

Em termos de política de bilheteira, esta foi "ajustada para termos o mesmo número de visitas com mais visitantes locais repetindo a visita e menos estrangeiros", refere.

Embora os números de visitantes estejam a crescer de novo, "dificilmente atingiremos a taxa de visitação estrangeira, mas em contrapartida desenvolvemos pacotes muito mais ajustados para o mercado nacional" para incentivar a repetição da visita, acrescenta.

Esta é uma Expo "de uma dimensão incomparavelmente maior do que a de Lisboa", sublinha, referindo que "também por esse lado há um desafio acrescido".

Por outro lado, "estou sobretudo aqui a ter que integrar a dimensão cultural, que é diferente do nosso país de origem, obviamente, e num contexto de trabalho onde existem 120 nacionalidades", conta.

Ou seja, "há uma multiplicidade e diversidade de experiências, culturas, abordagens, que é muito rica, por vezes torna as coisas complexas e difíceis de alinhar, mas por outro lado é uma experiência muito rica em termos de conhecer e aprender e ver outras pessoas a abordar exatamente a mesma questão, mas por um ângulo completamente diferente" e isso "pessoalmente é enriquecedor", partilha Rolando Borges Martins.

Com o lema 'Connecting Minds, Creating the Future' [Conectar Mentes, Criar o Futuro], que é um "tema super potente", a exposição mundial do Dubai apresenta três subtemas: sustentabilidade, mobilidade e oportunidade.

"É sobretudo nos subtemas que eu acho que está a riqueza disto: a sustentabilidade na sua dimensão Homem-Natureza, e uma vez mais a relação do que cada homem individualmente pode fazer para uma macronatureza, todos nós temos de fazer qualquer coisa; a mobilidade", que aqui "tem um sentido do progresso, não é só a mobilidade física – este é um país de nómadas que atravessavam desertos –" e a relação com a tecnologia; e a da oportunidade, "que é a evolução que temos de permitir a cada pessoa no planeta, que ela não deve ser diferente pelo sítio onde nasceu ou pelas condições que tem para crescer", refere.

Esta Expo "tem uma dimensão única que nunca vi em mais nenhuma, que é um programa escolar para dois milhões de visitas para todos os níveis de educação das escolas" dos Emirados Árabes Unidos, em que os estudantes vêm com programas definidos para cada um dos subtemas.

Além disso, o adiamento da Expo para 2021 culmina com a celebração dos 50 anos da unificação dos Emirados Árabes Unidos num país, o que para Rolando Borges Martins resulta numa "coincidência feliz".

"Vamos de facto ter de porta aberta os 50 anos do Dia Nacional, que é em dezembro", afirma.

A exposição mundial realiza-se entre 01 de outubro e 31 de março de 2022 no Dubai, um dos sete emirados dos Emirados Árabes Unidos.

Reúne mais de 200 participantes, incluindo 191 países, como também organizações multilaterais, empresas e estabelecimentos de ensino durante 182 dias.

A Expo 2020 é a primeira exposição mundial realizada na região do Médio Oriente, África e Sul da Ásia (MEASA, na sigla inglesa), no ano do jubileu de ouro dos Emirados Árabes Unidos.

Localizado no sul do Dubai, o local conta com 4,38 quilómetros quadrados, dos quais cerca de dois quilómetros quadrados são área fechada.

A título de curiosidade, o logotipo da Expo 2020 foi inspirado num anel antigo, de cerca de 4.000 anos, que foi descoberto em Saruq Al Hadid, um sítio arqueológico nos Emirados Árabes Unidos.

A exposição mundial tem uma estratégia energética definida, focada na redução de energia através do design e eficiência do edifício, bem como garantido que todas as estruturas permanentes (mais de 80% do local) estão equipadas com energia fotovoltaica.

O "coração" da Expo é a praça Al Wasl (que significa conexão), que conta com uma cúpula de 130 metros de largura e 67,5 metros de altura, que engloba um espaço de 724.000 metros cúbicos, segundo dados da organização. Tal corresponde ao volume de quase 300 piscinas olímpicas – e é mais alto do que a Torre de Pisa.

O projeto conta com 13,6 quilómetros de aço, o equivalente à altura de 16 Burj Khalifas (a torre mais alta do mundo, com 828 metros, que fica no Dubai), pesa 2.544 toneladas, o mesmo que 25 baleias azuis e é quase tão largo quanto dois aviões Airbus A380 alinhados asa a asa.

As três áreas temáticas da Expo 2020, oportunidade, mobilidade e sustentabilidade apresentam-se em forma de pétalas, as quais convergem na praça Al Wasl.

Por exemplo, a energia do pavilhão da sustentabilidade Terra é gerada através de painéis fotovoltaicos de elevada especificação – 4.912 deles estão dispostos ao longo do topo do telhado de 130 metros de largura e no topo de 18 designadas "árvores de energia" na área circundante.

O tamanho destas 'árvores' variam entre os 10 e os 15,2 metros e estão colocadas à volta do pavilhão de sustentabilidade Terra, fornecendo sombra nos espaço exterior, acompanhando o trajeto do sol para gerar o máximo de energia possível.

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