Europol teme crescente papel das mulheres no Estado Islâmico - TVI

Europol teme crescente papel das mulheres no Estado Islâmico

  • SL
  • 14 jun 2019, 20:00
Mulher palestiniana militante do Estado Islâmico [Reuters\Mohammed Salem]

Estudo do Centro de Investigação Europeu contra o Terrorismo garante que o sexo feminino ainda não se junta ao masculino para lutar no terreno, com armas, ou participar em execuções, mas o cenário pode estar prestes a mudar

O crescente papel das mulheres nos grupos extremistas do Islão está a preocupar as autoridades de combate ao terrorismo europeias.

O Estado Islâmico procurou as mulheres como parte integrante do seu projeto estatal”, diz um estudo do Centro de Investigação Europeu contra o Terrorismo, de acordo com o El País. Uma tendência que parece estar a aumentar e que pode disparar no futuro.

Os investigadores salientam que o discurso neutro dos extremistas, baseado na reconstrução do califado islâmico e a defesa da Ummah (comunidade muçulmana), pode contribuir para recrutar mulheres, para além de homens.

Por agora, o sexo feminino ainda não se junta ao masculino para lutar no terreno, com armas, ou participar em execuções, mas o cenário pode estar prestes a mudar, de acordo com os investigadores da Europol.

Por enquanto, ainda não é o seu papel, mas isso pode facilmente mudar dependendo das necessidades estratégicas da organização e os desenvolvimentos no terreno". Acrescentaram ainda que, como muitos dos combatentes no Médio Oriente foram forçados a entregar-se às autoridades, talvez as mulheres comecem a preencher as lacunas nas fileiras.

Em 2017, o Estado Islâmico já tinha pedido, inclusive, às mulheres para participarem na “jihad” e há vários anos que muitas extremistas praticam atos para a disseminação de propaganda.

Da mesma forma que o califado está cheio de homens que amam a morte mais do que os cruzados amam a vida, também assim são as mulheres do Estado Islâmico", afirmou Sulaim al Muhayira, uma mulher australiana que se juntou ao Estado Islâmico, na Síria, em 2016, tornando-se uma das mais reconhecidas caras da propaganda extremista.

Contudo, como salienta o estudo, este empoderamento das mulheres não se traduz numa igualdade de género entre os membros do Estado Islâmico, uma vez que devem permanecer no papel tradicional, responsável por povoar o território e atender às necessidades dos maridos.

Às mulheres, até agora, estava reservado um papel menos ativo, como por exemplo, a participação na “jihad” sexual, para manter os ânimos das tropas.

Contudo, os especialistas temem que a mensagem sobre o sofrimento como caminho para o paraíso e a busca do martírio e na compensação divina possa atrair cada vez mais seguidoras para o grupo extremista.

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