Três anos depois, a tragédia do 'Sewol' vem à tona - TVI

Três anos depois, a tragédia do 'Sewol' vem à tona

Ferry afundou-se nas águas da Coreia do Sul, a 16 de abril de 2014, causando a morte a mais de 300 pessoas, na sua maioria estudantes do ensino secundário

Foi na manhã de 16 de abril de 2014, mas para os que sobreviveram à tragédia nas águas da Coreia do Sul e para as famílias das vítimas parece que foi ontem, quando o naufrágio do ferry ‘Sewol’ causou a morte a 304 pessoas, na sua maioria estudantes do ensino secundário que participavam numa visita de estudo.

Quase três anos depois, a embarcação está, finalmente, a ser retirada do fundo do mar, trazendo à superfície memórias que de lá nunca saíram.

Os familiares das vítimas acompanharam à distância os trabalhos nesta quinta-feira, a mesma distância que os impediu de socorrer os filhos, quando assistiam em agonia ao naufrágio.

Morreram 304 pessoas, a maioria jovens, nove corpos estão ainda desaparecidos. Sobreviveram 172.

Lamento muito a morte do meu filho, pensar como ele sofreu, sem poder contar com a minha ajuda”, disse Lim Young-jae à CNN.

 

É a primeira vez em três anos que vejo o ferry a olho nu. E é-me dificil compreender por que não foi retirado antes. A prioridade é encontrar”, contou Jang Dong-won.

O ‘Sewol’ veio à tona depois de uma noite de trabalho, em que a preocupação dos responsáveis era não causar qualquer dano na embarcação de 140 metros de comprimento, nomeadamente impedirem que se partisse.

Ao leme desta difícil operação estão 450 operacionais, incluindo 50 mergulhadores, de acordo com um porta-voz dos trabalhos, Lee Chul-jo.

O objetivo é levantar o ferry 13 metros fora da água e colocá-lo numa barcaça para poder ser rebocado até terra. Até ao próximo dia 4 de abril, o ‘Sewol’ deverá regressar ao porto de onde nunca deveria ter partido.

A minha vida parou a 16 de abril de 2014. Faria tudo para que o relógio recuasse até dia 15. O meu filho foi o corpo número 220 a ser encontrado, ao fim de 16 dias. Não imagino o que estas crianças gritaram e chamaram pelos pais. Sinto-me tão triste por ele e, ao mesmo tempo, por não ter podido ajudá-lo”, lembrou Shin Chang-sik.

O capitão do ferry foi condenado a prisão perpétua, o proprietário da empresa foi condenado a sete anos de prisão, Quatro outros funcionários foram condenados a penas entre dois anos e meio e quatro anos. A investigação deu ainda como provada a negligência da guarda costeira, que chegou ao local meia hora depois.

Muito pouco para quem ainda procura respostas.

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