Casal processa clínica de fertilização por ter implantado os embriões errados - TVI

Casal processa clínica de fertilização por ter implantado os embriões errados

Fertilidade

Depois do parto, o casal teve a confirmação que os embriões que resultaram nos seus filhos gémeos não tinham qualquer relação genética com eles e nem sequer eram irmãos. O tribunal obrigou-os a renunciar à paternidade das crianças

Um casal de Nova Iorque está a processar uma clínica de reabilitação de Los Angeles, na Califórnia, alegando que, durante o seu tratamento de fertilização in vitro, lhes foram implantados embriões com os quais não tinham qualquer relação genética.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, que cita o processo judicial a que teve acesso, o casal, identificado apenas pelas iniciais AP e YZ, para manter o anonimato e “minimizar a vergonha e a humilhação já causada”, procurou a clínica em 2018, depois de anos a tentar engravidar mas sem sucesso.

Em setembro, disseram-lhes que estavam grávidos de duas meninas. Contudo, a confusão começou a surgir nas ecografias dos três e dos cinco meses, quando lhes disseram que afinal esperavam dois bebés, mas eram dois rapazes.

Na clínica, os responsáveis alertaram o casal que, apesar de as ecografias serem exames muito fiáveis, os seus resultados poderiam não ser definitivos. A dada altura, asseguraram-lhes mesmo que “iriam ter duas meninas e que não havia nada de errado”.

O choque surgiu depois do parto, a 31 de março de 2019, quando, após uma cesariana, a mulher deu à luz dois rapazes e nenhum deles tinha fisionomia de descendência asiática, como os pais.

Foram feitos testes de AND que confirmaram que os bebés e os pais não tinham qualquer relação genética. Mais: os próprios bebés não tinham qualquer relação genética entre si.

Depois de confirmada a relação genética com outros casais, os intentores da ação judicial tiveram de “renunciar ao poder parental” das duas crianças.

O teste revelou que o Bebé A era geneticamente compatível com o Casal A e o Bebé B era geneticamente compatível com o Casal B. Em resultado disso, foi solicitado aos requerentes que renunciassem ao poder paternal do Bebé A e do Bebé B, sofrendo assim a perda das duas crianças”, pode ler-se no processo a que o The Guardian teve acesso.

A acrescer a esta perda, o casal não sabe ainda o que aconteceu aos seus embriões, que acreditam “nunca tenham sido descongelados ou tenham sido destruídos pelos réus”.

Os advogados do casal pedem a condenação dos responsáveis da clínica por 16 crimes, incluindo negligência médica e fraude.

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