Mais de 100 fogos intensos deflagraram no Ártico desde junho e os cientistas dizem que se tratam de ocorrências “sem precedentes”.
Novas imagens de satélite mostram grandes nuvens de fumo em zonas inabitáveis da Gronelândia, da Sibéria e de partes do Alasca.
São imagens que resultam das informações recolhidas pelo Serviço de Monitorização da Atmosfera Copernicus, um programa da União Europeia.
The southernmost point of #Greenland, Cape Farewell on Egger Island surrounded by clouds as seen by #Sentinel3 OLCI instrument on 22/07/19 #earthpaintings pic.twitter.com/67S66BCNAr
— Copernicus EU (@CopernicusEU) July 23, 2019
Os incêndios deflagraram depois de o planeta ter vivido o mês de junho mais quente de que há registos.
Pierre Markuse, um especialista em fotografias de satélite, afirmou que a região do Ártico já registou vários incêndios no passado, mas nunca em número tão elevado.
Isto deve-se ao aumento das temperaturas no Ártico, que acontece a um ritmo superior ao que se verifica noutros pontos do planeta. Este aumento das temperaturas cria condições para que as chamas se alastrem, como explicou o cientista Mark Parrington.
O número e a intensidade de incêndios no Círculo Polar do Ártico é invulgar e sem precedentes”, afirmou, em declarações à CNN.
Em junho, a temperatura média na Sibéria foi quase 10 graus superior à temperatura média registada entre 1981 e 2010, como confirmou a Organização Meteorológica Global (WMO, em inglês), à CNN.
“É preocupante que isto esteja a acontecer numa zona do globo tão remota e num ambiente que muitas pessoas consideram praticamente virgem, sem ações humanas”, sublinhou Parrington.
A notícia surge numa altura em que partes dos Estados Unidos e vários países da Europa estão a braços com ondas de calor.