A atriz de 74 anos Catherine Deneuve pediu, este domingo, desculpa às vitimas de agressão sexual depois de ter assinado uma carta aberta sobre a conduta sexual dos homens, onde referia que estes tinham o direito de tentar seduzir as mulheres. Numa nova missiva divulgada na imprensa francesa, Deneuve disse que estava arrependida de ter ofendido as vítimas de “atos hediondos”.
A semana passada, a atriz foi uma das 100 mulheres que assinaram a carta: "Defendemos o direito de importunar, indispensável à liberdade sexual", publicada no jornal Le Monde, onde se pode ler que “os homens estão a ser injustamente acusados de má conduta sexual e devem ser livres para incomodar as mulheres”.
A carta surgiu no desencadeamento de recentes escândalos de assédio sexual que originaram uma onda de denúncias de várias atrizes, modelos e assistentes de Hollywood, acusando o produtor cinematográfico norte-americano, Harvey Weinstein.
Alguns ativistas classificaram a carta como uma banalização da violência sexual. A atriz francesa defendeu-se, afirmando que “não existe nada na carta que diga que o assédio é uma coisa boa, caso contrário, não teria assinado”.
Saúdo fraternalmente todas as vítimas desses atos horríveis que se tenham sentido ofendidas pela carta. É apenas para essas pessoas, que eu dou as minhas desculpas", afirmou a atriz numa carta publicada este domingo, no jornal francês Libération.
No texto, a atriz refere ainda: “Sou uma mulher livre e continuarei assim”.
Entre as assinantes da carta, além de Deneuve, estão algumas figuras bem conhecidas como a atriz Christine Boisson, a jornalista conservadora Élisabeth Lévy ou Catherine Millet, escritora e editora de revistas.
A carta teve um forte impacto em França, com um grupo de 30 feministas a emitir, na quarta-feira, uma declaração que acusa Deneuve e as restantes assinantes da carta, de estarem a desprezar as vítimas de violência sexual.
O ano passado, Catherine Deneuve falou contra as campanhas por parte das redes sociais que envergonham os homens acusados de assediar mulheres.
Por todo o mundo, homens e mulheres que foram alvo de assédio sexual, têm relatado as suas histórias através das redes sociais, utilizando o hashtag #MeToo.