O parque aquático "Speed Water" em Marselha, França, está a organizar um evento exclusivo para quem use 'burquíni', o fato de banho utilizado pelas mulheres muçulmanas. No entanto, a condição obrigatória está a intrigar os franceses e muitos internautas já demonstraram que discordam da iniciativa.
De acordo com a CNN, a iniciativa, marcada para 10 de setembro, surgiu de uma comunidade de mulheres muçulmanas e é apenas exclusiva para mulheres que se sujeitem a ir à piscina com o corpo todo coberto. O objetivo, segundo a organização, é “encorajar as mulheres a participar na comunidade”.
No entanto, o evento não tem sido visto com "bons olhos" por parte dos franceses, que discordam totalmente da iniciativa por acharem que é mais um apelo à indiferença.
Stephane Ravier, político de extrema-direita, protestou no Twitter contra a iniciativa: “Para a associação organizadora, não usar ‘burquíni’ estimula a violência sexual. Discurso típico islâmico.”
Pour l'association organisatrice, ne pas porter de "burkini" incite au viol... Discours typiquement islamiste ! pic.twitter.com/gqowKlJuU9
— Stéphane Ravier (@Stephane_Ravier) August 3, 2016
Mas não foi o único político a intervir. Também a deputada francesa Valerie Boyer referiu que o evento só vai promover, ainda mais, a diferenciação das comunidades.
Dites-moi que c'est une blague ? Le communautarisme continue de s'ancrer sur notre territoire ! #honte pic.twitter.com/XrY296tjqL
— Valérie Boyer ن (@valerieboyer13) August 3, 2016
De acordo com o cartaz oficial do evento, não será permitida a participação de homens, exceto nadadores-salvadores e rapazes com menos de dez anos de idade.
Em abril de 2011, a França tornou-se no primeiro país europeu a proibir o uso da burca em público. As mulheres que quebrarem a lei são sujeitas a uma multa de 150 euros.
O Governo francês também já baniu o uso de véus e outros símbolos religiosos nas escolas do país, onde vivem atualmente cerca de cinco milhões de muçulmanos.