Jean-Louis Perez e Pierre Chautard
Paul Moreira, patrão e fundador da agência Premières Lignes, indicou em comunicado que os dois jornalistas estavam a fazer um documentário para a France 3 sobre a economia de Marrocos.
Agentes da polícia chegaram à associação, «detiveram os dois jornalistas e apreenderam o seu equipamento», disse à agência de notícias francesa AFP um responsável da AMDH, Youssef Rissouni.
Elementos dos serviços de segurança tinham-se deslocado durante a manhã de domingo à sede da associação «para nos pedir que lhes entregássemos dois jornalistas franceses [...], mas nós recusámos», explicou, por sua vez, o presidente da AMDH, Ahmad El-Haij.
Os polícias «não mostraram qualquer identificação ou mandado de captura, mas disseram-nos que os jornalistas não tinham autorização legal para filmar em Marrocos», precisou.
Por telefone, Paul Moreira indicou no domingo à AFP que as autoridades marroquinas confiscaram todo o material dos jornalistas, incluindo os telemóveis.
De acordo com o responsável, os jornalistas tinham pedido há várias semanas uma autorização em Rabat, mas não obtiveram resposta, o que os levou a crer que podiam trabalhar de forma legal.
#Maroc incroyable récit de l'arrestation des journalistes. Un commando policier, une opération militaire... #tension? http://t.co/uHNcz9gXv4
— Paul Moreira (@PaulMoreiraPLTV) 16 fevereiro 2015
A detenção dos dois repórteres ocorreu no dia seguinte ao da visita a Marrocos do ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, após um ano de conflitos diplomáticos entre os dois países e a suspensão da cooperação judiciária, que só foi restabelecida no final de Janeiro, após um acordo entre os dois Governos.
A 23 de Janeiro, as autoridades intervieram para impedir a filmagem em Rabat de uma emissão da estação televisiva de língua árabe da France 24, argumentando com a ausência de autorização.