O mural mostra quatro super-heróis, o Flash, o Super-Homem, o Batman e a Super Girl, a violar coletivamente a Mulher-Maravilha. Ao mural foram acrescentados balões de diálogo que, de acordo com a organização Osez le féminisme!, identificam a Mulher-Maravilha como a ministra da Saúde, e indicam que a ministra deveria ser vítima de violação. Nos balões pode ler-se: «Aqui tens a lei da saúde!», «Toma-a bem fundo!» e «Devias informar-te um pouco».
«Para os autores destes balões, uma ministra é acima de tudo uma mulher: um ser inferior que se pode punir, dominar e apropriar se ela não cumpre os seus desenhos, ou as suas reivindicações políticas», diz a associação feminista em comunicado.
O jornal francês «L'Express» refere que a pintura já estava na sala de repouso do hospital universitário CHU Gabriel Montpied, na localidade de Clermont-Ferrand, há cerca de 15 anos, mas só recentemente foi alterada para incluir os diálogos que se referem à ministra da Saúde. É possível ver o mural, de natureza muito explícita, nesta publicação no Twitter.
O presidente do sindicato dos médicos internos de Clermont-Ferrand, Arnaud Gallon, já assegurou em comunicado que o mural vai ser apagado após ter gerado polémica.
O «L'Express» sublinha que o mural merece a condenação unânime da classe política e da classe médica.
Um porta-voz da ministra da Saúde afirmou que Marisol Touraine ficou chocada com «uma incitação à violação odiosa e intolerável que nada pode justificar».
Da mesma forma, o grupo parlamentar do PS francês fez saber, em comunicado emitido pelo líder da bancada, Bruno Le Roux, que condena uma «campanha de ódio levada a cabo contra Marisol Touraine».
Já a Ordem do Médicos apelou a que «se aja rapidamente para remover o mural e se aja em conformidade para com os seus autores».
A intersindical nacional dos médicos internos (INSI) «lamentou a interpretação que foi feita do mural e advertiu contra qualquer exploração política que vise enfraquecer a mobilização dos médicos internos, numa altura em que estão envolvidos em negociações com o Ministério da Saúde».