A operadora de serviço que ignorou a chamada de emergência de Naomi Musenga, afirmou à BFMTV no domingo à noite, que no dia em que recebeu a chamada estava a trabalhar sob pressão e os serviços de emergência estavam sobrecarregados.
Nestas condições... vamos dizer que foi inapropriado", respondeu a operadora, quando lhe perguntaram se estava arrependida, acrescentando: "Nós estamos constantemente sob pressão... Eu não tenho tempo sequer de me levantar, há tanta exigência".
Sob anonimato, a operadora disse ainda que, desde a morte de Musenga, os seus colegas de trabalho têm recebido ameaças.
O serviço de emergência já disse que não culpa a operadora que gozou com o pedido de socorro de Naomi Musenga, a jovem de 22 anos que chamou uma ambulância de serviço de Estrasburgo com uma dor muito forte no estômago, mas foi ignorada e acabou por morrer.
Por sua vez, a família de Naomi já fez saber que não culpa a operadora e que entende as más condições de trabalho do serviço de emergência.
Quando ela ouviu, 'eu tenho uma dor de estômago", a verdade é que a sua primeira impressão é que não era uma emergência e que não havia necessidade alguém lá ir", disse o advogado da operadora, citado pela BBC, acrescentando que a operadora costuma receber cerca de duas mil chamadas por dia.
Inicialmente, foi dito que tinha sido Musenga a ligar para a SOS Médecins, depois do seu primeiro pedido de socorro ter sido gozado. No entanto, soube-se agora que foi a operadora que enviou os médicos no lugar de uma ambulância, cinco horas depois da primeira chamada de pedido de ajuda.
Já no hospital, a jovem sofreu um ataque cardíaco e morreu horas depois, vítima de um "choque hemorrágico que resultou numa falha múltipla nos órgãos".
De acordo com o jornal Le Parisien, a operadora que recebeu a chamada trabalha no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência há quatro anos e há 20 com o serviço de ambulância.
O porta-voz do governo francês, Benjamim Grive, garantiu que as autoridades estão a tentar criar um único número de emergência uma vez a França tem um número diferente para a polícia, bombeiros, ambulância, ao contrário do resto dos países da União Europeia que usam o 112.