Telemóvel de Emmanuel Macron era alvo de espionagem no escândalo Pegasus - TVI

Telemóvel de Emmanuel Macron era alvo de espionagem no escândalo Pegasus

Emmanuel Macron

Software foi desenvolvido por uma empresa israelita

O telemóvel do presidente francês, Emmanuel Macron, era um dos alvos de espionagem através do software Pegasus, desenvolvido pela empresa israelita NSO Group. A revelação é feita esta terça-feira pelo jornal Le Monde, que cita a investigação do website Forbidden Stories.

A investigação não esclarece se o dispositivo já foi efetivamente espiado, mas faria parte dos objetivos do programa israelita. Marrocos terá pedido que a NSO Group analisasse pelo menos 10 mil números e 10% são franceses, sendo que um deles era um telemóvel que Emmanuel Macron tem, pelo menos, desde 2017.

Em reação à notícia, a presidência francesa disse que, caso estas revelações sejam verdadeiras, se trata de um caso muito sério.

O jornal Le Monde referiu ainda que o antigo-primeiro-ministro Edouard Philippe e outros 14 ministros também foram alvo da rede em 2019.

The French presidency said that if the revelations about Macron's phone being tapped were true, they would be very serious.

A empresa NSO, fundada em 2011 a norte de Telavive, comercializa o spyware Pegasus, que, inserido num smartphone, permite aceder a mensagens, fotos, contactos e até ouvir as chamadas do proprietário.

A NSO tem sido regularmente acusada de vender a regimes autoritários, mas sempre defendeu que o 'spyware' comercializado só era utilizado para obter informações sobre redes criminosas ou terroristas.

A investigação publicada no domingo por um consórcio de 17 órgãos de comunicação internacionais, incluindo o jornal francês Le Monde, o britânico Guardian e o norte-americano Washington Post, baseia-se numa lista obtida pelas organizações Forbidden Stories e Amnistia Internacional, que incluem 50.000 números de telefone selecionados pelos clientes da NSO desde 2016 para potencial vigilância.

A lista inclui os números de telefone de pelo menos 180 jornalistas, 600 políticos, 85 ativistas de direitos humanos e 65 líderes empresariais, de acordo com a análise realizada pelo consórcio, que localizou muitos em Marrocos, Arábia Saudita e México.

O documento inclui também o número do jornalista mexicano Cecilio Pineda Birto, morto a tiro algumas semanas após o seu nome ter surgido na lista.

Correspondentes estrangeiros de vários órgãos de comunicação social, incluindo o Wall Street Journal, CNN, France 24, Mediapart, El País e a agência de notícias France-Presse (AFP), também fazem parte da lista.

Outros nomes no documento, que inclui um chefe de Estado e dois chefes de governo europeus, deverão ser divulgados nos próximos dias.

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