Donald Trump invoca razões de segurança para construir o muro - TVI

Donald Trump invoca razões de segurança para construir o muro

  • JGF com Lusa
  • 9 jan 2019, 09:03

Guerra interna com o Partido Democrata mantém governo federal em "shutdown". Presidente norte-americano dramatiza, dizendo que a imigração é uma "crise de alma" e pergunta: "Quanto mais sangue americano será derramado antes de o Congresso fazer o seu trabalho?". Democratas pedem que pare com a birra

O Presidente norte-americano justificou a construção de um muro na fronteira com o México com razões de segurança e uma "crescente crise humanitária", pressionando os democratas a assumirem um acordo para o financiamento. Chegou mesmo a dizer que a imigração ilegal é uma "crise de alma". "Quanto mais sangue americano será derramado antes de o Congresso fazer o seu trabalho?", perguntou. Os democratas pediram que pare com esta birra, acusando-o de estar a fabricar uma crise.

Ao dirigir-se à nação na noite de terça-feira (madrugada de quarta-feira em Lisboa),  num discurso televisionado feito pela primeira vez a partir da Sala Oval, na Casa Branca, Donald Trump responsabilizou os democratas pela paralisação parcial do Governo (que dura há 18 dias) pela inexistência de um acordo no Congresso para financiar o muro.

Trump pediu-lhes que regressem à Casa Branca para se reunirem com ele, argumentando ser "imoral os políticos não fazerem nada" para resolver esta crise.

Hoje à noite [terça-feira] falo-vos porque estamos a testemunhar uma crescente crise humanitária e de segurança na fronteira sul", frisou, num discurso que durou nove minutos.

O Presidente norte-americano tem discutido a ideia de declarar uma emergência nacional para contornar o impasse no Congresso e que lhe permita avançar com o muro, mas essa possibilidade não foi abordada durante o discurso.

Trump lembrou norte-americanos assassinados por imigrantes ilegais, embora estudos realizados ao longo de vários anos tenham apontado que os imigrantes são menos propensos a cometer crimes do que aqueles nascidos nos Estados Unidos.

Encontrei-me com dezenas de famílias, cujos entes queridos foram 'roubados' pela imigração ilegal. Eu segurei as mãos das mães que choravam e abracei os pais angustiados. Tão triste. Tão terrível", afirmou.

A líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, reagiu minutos depois do discurso de Trump, sublinhando que o Presidente escolheu o discurso do medo e assegurou que os democratas querem privilegiar os factos.

"O Presidente Trump deve parar de manter o povo americano como refém, deve parar de fabricar uma crise e deve reabrir o Governo", declarou Pelosi, numa alusão ao 'shutdown' parcial federal.

"Todos concordamos que é preciso proteger as nossas fronteiras", sublinhou Pelosi, lembrando que a Câmara dos Representantes, agora sob o controlo dos democratas, aprovou no primeiro dia do novo Congresso legislação para terminar com a paralisação parcial do Governo. Uma solução rejeitada por Trump porque não prevê o financiamento do muro.

Já o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, declarou que o Presidente Donald Trump devia pôr cobro à paralisação parcial do Governo, enquanto prosseguem as negociações sobre o financiamneto do muro entre os Estados Unidos e o México, porque "não há desculpa para prejudicar milhões de americanos".

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