“Estão a usar [gás] mostarda (…) Nós sabemos que estão”, disse o responsável norte-americano não identificado, por não estar autorizado a prestar declarações públicas.
Oficialmente, Washington continua a dizer que está a investigar alegações de uso de armas químicas naqueles dois países, mas o responsável da administração norte-americana disse à BBC que vários serviços de informações acreditam que há provas suficientes da utilização.
A declaração vem reforçar anteriores indícios de que o Estado Islâmico estaria a recorrer ao armamento químico, proibido por convenções internacionais após a I Guerra Mundial.
Os EUA acreditam que o Estado Islâmico tem uma célula dedicada à preparação desse tipo de armas. O agente de gás mostarda estaria a ser usado em pó no interior de explosivos tradicionais como morteiros.
“Vimos que o usaram em pelo menos quatro ocasiões diferentes em ambos os lados da fronteira, no Iraque e na Síria”, disse o mesmo responsável.
Os serviços de informações têm explicações para o facto de o Estado Islâmico ter tido acesso ao agente químico mortal. A explicação que consideram mais plausível é que tenha uma célula que o esteja a produzir usando a muita informação disponível, até porque o processo de produção não é complexo. Os serviços de informações admitem também a possibilidade de os jihadistas o terem encontrado escondido no Iraque ou então na Síria, embora considerem menos prováveis essas hipóteses.
Nos últimos dias, um repórter da BBC, Ian Pannell, viu provas do uso de armas químicas na Síria. Um especialista disse à estação britânica que há “provas muito fortes e convincentes” de que tenha sido usado gás mostarda num recente ataque atribuído ao Estado Islâmico.
Na prática, a Síria deveria estar livre de armas químicas: um acordo sob a égide da ONU levou à retirada da Síria de 1180 toneladas de materiais perigosos usados no fabrico de armas químicas pelo regime entre Outubro de 2013 e Junho de 2014.