O presidente dos Estados Unidos nomeou Gina Haspel para o cargo de subdiretora da CIA, investigada pelo Senado por atos de tortura quando chefiava uma cadeia clandestina na Tailândia.
Gina Haspel, 60 anos, trabalhou como agente infiltrada durante a maior parte da carreira e desempenhou um papel central na implementação do programa extrajudicial dos Estados Unidos que visava a captura, prisão e interrogatórios a suspeitos de terrorismo, após os atentados de 11 de setembro de 2001 contra Nova Iorque.
A nova subdiretora da CIA, chefiada por Mike Pompeo, dirigiu na Tailândia o primeiro desses centros de detenção clandestinos dos Estados Unidos conhecidos como “black sites” (prisões secretas da CIA). É suspeita de ter destruído gravações das sessões de tortura a que foram submetidos os prisioneiros.
Haspel esteve presente em, pelo menos, dois interrogatórios em que foram utilizadas técnicas de tortura a dois alegados membros da Al-Qaeda, Abu Zubaydah e Abd al Rahim al Nashiri, de acordo com a investigação do Senado norte-americano.
Abu Zubaydah terá sido submetido 83 vezes à técnica de tortura "waterboard", que simula o afogamento, segundo documentos oficiais.
As suspeitas não são, contudo, um problema para Donald Trump, que afirmou recentemente que a "tortura funciona" e que deve ser usada para combater o terrorismo.