O gabinete contra o terrorismo e o crime organizado do Procurador-Geral da República da Turquia emitiu um mandado de detenção de 42 jornalistas esta segunda-feira no seguimento das operações desencadeadas desde o golpe de Estado falhado.
De acordo com a CNN, entre os detidos está a jornalista Nazli Iliak, que foi despedido em 2013 do jornal pró-governamental Sabah, depois de ter criticado ministros envolvidos num caso de corrupção.
Um decreto-lei sobre o estado de emergência publicado no sábado na Turquia refere que o período de detenção dos suspeitos envolvidos na tentativa falhada do golpe de Estado de 15 de julho pode prolongar-se até 30 dias.
Em causa estará a ligação de meios de comunicação social a Fethullah Gülen, o teólogo turco exilado nos EUA que é acusado por Ergogan de estar por detrás da tentativa de golpe de Estado. A lista com os nomes dos detidos está a circular nas redes sociais.
Abdullah Abdulkadiroğlu ve Nazlı Ilıcak'ın da aralarında bulunduğu gazeteciler şüpheli sıfatıyla gözaltına alınacak! pic.twitter.com/JP9rETc8xv
— Bayram Zilan (@bayramzilan) July 25, 2016
Na sexta-feira, o ministro da Justiça turco, Bekir Bozdag, admitiu estender por mais tempo o estado de emergência decretado na quarta-feira por três meses.
A organização de defesa dos direitos humanos afirmou no domingo que reuniu "provas credíveis" atestando casos de tortura de presos nos centros de detenção na Turquia, após a tentativa de golpe de Estado.
De acordo com a agência Reuters, desde a tentativa de golpe de 15 de Julho, as autoridades turcas já visaram mais de 60 mil pessoas, entre militares, elementos das forças policiais, juízes, funcionários públicos e professores nas suas operações, entre suspensões, detenções ou investigação.