O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, afirmou que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, “cortou as últimas pontes” com a Europa e que lhe é “difícil imaginar” novas negociações com Atenas depois do referendo.
Também o deputado alemão Hans Michelbach, que integra o bloco conservador liderado pela chanceler Angela Merkel, abriu a porta para a "Grexit". Em declarações à Reuters, Michelback afirmou que, depois destes resultados, a Grécia escolheu ficar isolada e não é possível conceder mais ajuda externa.
"Agora temos de nos questionar se a Grécia não ficará melhor fora da Zona Euro. Infelizmente a Grécia escolheu ficar isolada."
As reações na Alemanha têm sido, de resto, muito negativas. Os responsáveis pela associação de poupanças bancárias disse à Reuters que a Grécia deve sair da Zona Euro e o responsável da associação de empresas exportadoras afirmou que não vê como o país helénico pode permanecer na moeda única depois deste resultado.
O ministro das Finanças da Bélgica é um dos primeiros da Zona Euro a reagir aos resultados divulgados. Johan Van Overtveldt admitiu que a vitória do "Não" vai complicar a situação da Grécia, mas salientou que a "porta para as negociações permanece aberta". Em declarações à VRT, Van Overtveldt acrescentou que os ministros do eurogrupo deverão voltar a debater as medidas que "poderão dar à Grécia uma perspetiva de futuro".
A projeção oficial do referendo da Grécia indica uma vitória expressiva do "Não" com mais de 61% dos votos, o que está em linha com os primeiros resultados oficiais divulgados pelo Ministério do Interior grego, apesar de a contagem dos votos ainda estar a ser realizada.
A grande maioria dos gregos escolheu rejeitar as propostas dos credores apresentadas há mais de uma semana. O "Não" à austeridade representa também uma vitória para o executivo de Alexis Tsipras, que de resto já salientou que pretende voltar à mesa de negociações ainda hoje.