China vai inaugurar complexo com 5.000 quartos para quarentena de viajantes - TVI

China vai inaugurar complexo com 5.000 quartos para quarentena de viajantes

Hora de ponta no metro de Pequim

Viajantes que chegarem ao aeroporto de Guangzhou Baiyun, chineses ou estrangeiros, terão de passar duas semanas num quarto equipado com tecnologia de ponta

Quartos com câmaras para videochamadas, refeições entregues por robôs, um termómetro com inteligência artificial. As autoridades da cidade chinesa de Cantão (Guangzhou) não pouparam para construir o primeiro centro para quarentena de viajantes, projetado para funcionar com tecnologia de ponta e servir a estratégia do governo da China no que à pandemia diz respeito: tolerância zero aos contágios por covid-19.

Segundo a CNN, foram gastos 260 milhões de dólares (cerca de 222 milhões de euros) para edificar este complexo, constituído por filas de edifícios de três andares que ocupam o espaço de 46 campos de futebol nos arredores da cidade de Cantão. Trata-se do primeiro centro para quarentena de viajantes, estrangeiros ou chineses, e será inaugurado no início do próximo mês, para que esteja em pleno funcionamento a 15 de outubro, quando abrir a feira de importações e exportações da China, evento bianual que se tem realizado online e é a maior exposição de comércio da China, atraindo dezenas de milhares de empresas de todo o mundo. 

O projeto para o centro de quarentenas foi divulgado em junho passado e mais de 4.000 trabalhadores foram contratados para a construção, terminada no início de setembro. Uma equipa de 184 profissionais de saúde já está em funções no local e também eles ficarão sujeitos a quarentena, uma vez que o edifício irá funcionar como uma bolha isolada da cidade: trabalharão 28 dias no centro de quarentenas, farão uma semana de quarentena após terminar funções e deverão ainda isolar-se duas semanas em casa antes de poderem voltar a sair. 

Já os viajantes, serão transportados diretamente do aeroporto em autocarros  e terão de fazer pelo menos duas semanas de quarentena obrigatória. Para minimizar contactos com os funcionários do complexo, ficarão confinados aos quartos equipados com tecnologia de ponta e terão direito a três refeições por dia. A medida aplica-se a passageiros de todas as nacionalidades.

O complexo, que foi batizado de Guangzhou International Health Station, é o primeiro da China mas o modelo já está a ser replicado na cidade de Dongguan, a cerca de uma hora de Cantão, e existe um projeto para uma construção semelhante na cidade de Shenzhen.

Numa altura em que muitos países do mundo começam a deixar cair as restrições impostas devido à pandemia, a estratégia da China permanece rígida e o objetivo principal é continuar a evitar casos importados, impedindo os locais de contactarem com quem chega de fora.

A China tem mantido uma política de fecho de fronteiras no último ano e meio e os poucos viajantes autorizados a entrar, nomeadamente cidadãos chineses que se deslocaram ao estrangeiro, são obrigados a confinar durante duas semanas, normalmente num hotel, seguindo-se depois uma semana de isolamento em casa, independentemente de estarem vacinados.

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