O presidente do Equador declarou esta quarta-feira estado de emergência "devido a um sério tumulto interno" no sistema prisional do país, depois de uma batalha entre membros de gangues ter causado 116 mortos e mais de 80 feridos na cidade de Guayaquil.
Guillermo Lasso disse que esta foi a pior situação do género ocorrida na história do país, acrescentado que pelo menos cinco das pessoas encontradas mortas tinham sido decapitadas.
É lamentável que as prisões estejam a tornar-se territórios de disputas entre membros de gangues", afirmou o presidente.
O estado de emergência decretado, que vai durar os próximos 60 dias, dá ao governo mais poder, incluindo a possibilidade de mobilizar a polícia e o exército para as prisões. A batalha campal ocorrida dentro da penitenciária terá ocorrido entre grupos rivais ligados ao tráfico de droga, que tentavam obter o controlo das instalações.
Acabo de decretar el Estado de Excepción en todo el sistema carcelario a nivel nacional.
— Guillermo Lasso (@LassoGuillermo) September 29, 2021
En Guayaquil presidiré el comité de seguridad para coordinar las acciones necesarias que controlen la emergencia, garantizando los DDHH de todos los involucrados. pic.twitter.com/2gdZ0pLlZW
Imagens que vão sendo partilhadas nas redes sociais mostram vários corpos em dois dos pavilhões da prisão, num autêntico cenário de guerra, depois de lutas que envolveram recurso a armas de fogo, facas e bombas. O comandante da polícia regional confirmaria mais tarde que chegaram a ser encontrados corpos na canalização.
Fora da prisão, dezenas de familiares dos reclusos ali detidos aguardaram por notícias durante várias horas, como se pode ver na galeria associada ao artigo.
A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) condenou na quarta-feira os atos de violência na prisão na cidade equatoriana de Guayaquil, que causaram 116 mortos e 80 feridos, e apelou ao país para investigar o que aconteceu.
A CIDH advertiu na sua conta do Twitter que até agora este ano no Equador "mais de 200 pessoas" morreram em consequência da violência nas prisões.
Neste contexto, exortou o Estado equatoriano a "investigar os factos com a devida diligência".
Além disso, apelou à "implementação de ações para evitar repetições, tais como o aumento da segurança e vigilância nas prisões, e a prevenção das ações dos grupos criminosos" dentro destes centros.
Recorda-se que os Estados têm o dever legal de adotar medidas para garantir os direitos à vida, integridade pessoal e segurança das pessoas sob a sua custódia", disse a organização sediada em Washington.