Encontro do G7 termina sem acordo sobre sanções à Rússia e à Síria - TVI

Encontro do G7 termina sem acordo sobre sanções à Rússia e à Síria

  • Sofia Santana
  • atualizada às 12:11
  • 11 abr 2017, 10:54

Chefes da diplomacia do G7 - Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão -, estiveram reunidos em Lucca, Itália

Os países do G7 não chegaram a acordo sobre sanções à Rússia e à Síria por causa da guerra civil neste país que dura há já seis anos. Os chefes da diplomacia do G7 - Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão -, estiveram reunidos em Lucca, Itália.

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson, afirmou, na segunda-feira, que Londres ia discutir a possibilidade de aplicar sanções à Síria e à Rússia, na sequência do ataque químico que ocorreu na semana passada. No entanto, esta proposta não foi acolhida pelos restantes países do G7. 

Houve, no entanto, um ponto em que os sete países estiveram de acordo, como anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Marc Ayrault, esta terça-feira: todos reconhecem que Bashar-al-Assad não pode fazer parte do futuro da Síria.

O ministro francês deixou ainda um aviso muito claro a Moscovo: o governante disse que os russos não podem ser hipócritas e têm de reconhecer as suas responsabilidades na guerra síria. 

O G7 vai dizer à Rússia para parar a hipocrisia. A Rússia precisa de se envolver de forma genuína e sincera no processo político para sairmos da situação em que estamos."

Ayrault sublinhou que é fundamental que se consiga um cessar-fogo monitorizado pela comunidade internacional, como primeiro passo para a resolução do conflito.

Os chefes da diplomacia do G7 reuniram-se para encontrar um consenso sobre o conflito na Síria, depois de os recentes acontecimentos terem intensificado as tensões entre Washington e Moscovo.

Na semana passada, os Estados Unidos atacaram uma base aérea do regime sírio, naquele que foi o primeiro ataque direto contra Bashar al-Assad desde que começou a guerra civil, como resposta ao ataque quimíco que matou mais de 80 pessoas e feriu centenas de pessoas, na localidade de Khan Sheikhoun. Apesar de não se saber oficialmente quem é que lançou as armas químicas, os Estados Unidos acreditam que se tratou de um ataque do regime de Bashar Al-Assad.

Esta terça-feira, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, viaja até Moscovo para se reunir com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov.

Tillerson afirmou, no final do encontro do G7, que o ataque realizado pelos EUA contra a base aérea do regime de Assad foi uma questão de "segurança nacional" e que o EUA não vão deixar que a utilização de armas químicas seja "banalizada". 

O governante norte-americano voltou a reiterar que os russos "falharam" ao não garantirem a destruição das armas químicas do regime sírio e espera que o governo de Vladimir Putin conclua que se aliou a um parceiro que "não é de confiança". Para Tillerson, a Rússia tem de escolher entre estar ao lado dos EUA e aliados ou apoiar o presidente sírio, Bashar al-Assad, o Irão e o Hezbollah.

Na segunda-feira, durante uma visita a um memorial de guerra em Itália, Tillerson já tinha afirmado que os Estados Unidos vão fazer frente aos "agressores" que exerçam violência sobre civis, "em qualquer parte do mundo".

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