Rebeldes fazem novo ataque na capital da Síria - TVI

Rebeldes fazem novo ataque na capital da Síria

  • PD
  • 21 mar 2017, 16:15

É a segunda ofensiva em três dias no nordeste da cidade de Damasco. Fonte do exército governamental reconhece existência de confrontos. Negociações de paz prosseguem quinta-feira

A guerra voltou a fazer-se ouvir na capital da Síria, com guerrilheiros de grupos rebeldes a investirem novamente, tentando conquistar posições no nordeste de Damasco.

Um porta-voz do grupo Ahrar Al Sham garantiu à agência noticiosa britânica Reuters que as milícias iniciaram uma ofensiva às 5:00 da manhã locais, 3:00 em Lisboa. Atacaram uma zona a nordeste da cidade, da qual tinham retirado no passado domingo, forçadas pelo exército governamental.

Os combates estarão a ocorrer perto da zona Abassiyin, no nordeste de Damasco, a cerca de dois quilómetros dos muros da Cidade Velha de Damasco.

Através dos seus canais de comunicação, o grupo Ahrar Al Sham divulgou a sua propaganda sobre o alcance da ofensiva. Em filmes, apresentados como que sendo desta terça-feira e de Damasco, mostra uma coluna de fumo negro na cidade e a movimentação dos seus homens, numa zona semi-urbana, com edifícios destruídos.

"Estão a ser tratados"

Uma fonte militar síria reconheceu à agência Reuters que os rebeldes levaram a cabo um ataque.

Eles entraram numa bolsa estreita - na mesma área da violação anterior - e agora estão a ser tratados", referiu a fonte.

Uma testemunha ocular numa zona residencial de Damasco perto dos combates assegurou que dezenas de carros de combate estavam no local, algo incomum para os habitantes daquela área desde que a guerra começou no país, há seis anos.

A televisão estatal síria mostrou imagens de uma rua nos arrabaldes da zona nordeste de Damasco e de uma coluna de fumo. Alguns meios estatais de informação têm referido mesmo haver rebeldes presos ou mortos, sem adiantar pormenores. Já a agência noticiosa Sana divulgou fotografias de uma zona residencial a nordeste, pacífica e calma.

O governo atribuiu, contudo, o ataque a militantes do grupo jiadista Nusra Front, uma dissidência da Al Qaeda.

Golpe de força pelas negociações

Sem ser possível precisar o alcance no terreno da ofensiva em Damasco dos rebeldes, o ataque está desde já a servir de argumento político para a próxima ronda de negociações de paz, sob o patrocínio das Nações Unidas, marcada para quinta-feira, na cidade suíça de Genebra.

Os nossos avanços hoje vão fortalecer a nossa causa em Genebra depois de amanhã", assumiu Wael Alwan, um porta-voz do grupo Failaq al Rahman, que integra o Exército Livre da Síria (FSA).

Igualmente citado pela agência Reuters, um outro porta-voz do FSA, Issam al Rayess, assumiu que a ofensiva constitui "uma mensagem militar e política para a Rússia, de que o regime sírio é fraco e não controla tudo".

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