Guiné: já há supeitos da morte de Tagmé - TVI

Guiné: já há supeitos da morte de Tagmé

Quartel General do Estado-Maior das Forças Armadas, em Bissau

Pistas de que Arsénio Baldé estaria envolvido foram desmentidas pelo próprio

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O chefe da comissão militar que assumiu o controlo das Forças Armadas da Guiné Bissau, Zamora Induta, revelou a existência de suspeitos da autoria do atentado à bomba que matou o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagmé Na Waié. Zamora Induta, citado pela Lusa, considera que «revelar nomes de suspeitos é especulação. Convém guardarmos este segredo e esperarmos a conclusão dos inquéritos».

Induta adiantou que a bomba foi accionada remotamente, «isto significa que a bomba foi colocada aqui no Estado-Maior. Pode ser que uma pessoa tenha tido acesso ao Estado-Maior, mas de certeza que contou com o apoio de alguém aqui dentro». Garante que quem lá esteve «colaborou e facilitou a colocação da bomba».

Apesar de Zamora Induta não adiantar qualquer nome, notícias veiculadas em Lisboa e em Bissau indicavam que o porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, coronel Arsénio Baldé, tinha sido preso por ser considerado suspeito. Mas essa pista foi desmentida pelo mesmo, que afirmou não estar detido. «Estou no meu gabinete a trabalhar», declarou à Lusa. «É completamente mentira e não sei onde inventaram aquela história», indignou-se ao comentar a informação de que tinha sido ele a colocar a bomba no Quartel-General onde morreu Tagmé Na Waié.

Quanto há a possibilidade do chefe das Forças Armadas ter encontrado 200 quilos de droga num aeroporto, uma semana antes de morrer, o Governo da Guiné Bissau afirma não ter conhecimento. «Como deve calcular nessas circunstâncias, desde que desapareceu o general Tagmé Na Waié, tem havido muita coisa que tem sido dita. Acho que nestes momentos as pessoas deviam serenar os ânimos, ajudar para que haja um melhor discernimento e trabalhar para que a desejada paz e estabilidade possam reinar», afirmou Fernando Mendonça, porta-voz do governo guineense.

Entretanto os militares destacaram uma comissão de inquérito para apurar o que aconteceu no atentado. O porta-voz da comissão militar, major Samuel Fernandes, adiantou que o inquérito das Forças Armadas é chefiado pelo coronel Saia Braia Na Nhagba, que tem dez dias, desde a morte de Tagmé Na Waié, para concluir as investigações.

Existe outra comissão nomeada pelo procurador-geral da República da qual fazem parte o Ministério Público, elementos da Polícia Judiciária e da promotoria Pública do Tribunal Superior Militar.

Passados quatro dias desde a morte do Presidente «Nino» Vieira, assassinado horas depois de Tagmé Na Waié, ainda não foram reveladas pistas sobre a investigação ou foi detido qualquer suspeito envolvido no seu assassínio.
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