Guterres vence quinta votação na ONU - TVI

Guterres vence quinta votação na ONU

  • Redação
  • Notícia inserida às 16:15
  • 26 set 2016, 16:51

Ex-primeiro-ministro voltou a ser o preferido entre os quinze membros do Conselho de Segurança. Desta vez, teve 12 votos favoráveis e apenas dois contra, na candidatura ao cargo de Secretário-Geral da ONU. O Governo aplaude

O ex-primeiro-ministro português, António Guterres, ficou à frente na quinta votação secreta ocorrida esta segunda-feira, entre os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas para eleger o próximo secretário-geral da organização, disseram fontes diplomáticas à Lusa.

Guterres teve votos 12 votos "encoraja", dois "desencoraja" e "sem opinião", precisamente o mesmo resultado da última votação.

Durante o voto, cada um dos 15 membros do conselho indicou se "encoraja", "desencoraja" ou "não tem opinião" sobre os 11 candidatos.

Em segundo lugar, ficou o sérvio Vuk Jeremic, mas com apenas oito votos de encorajamento, seis "desencoraja" e um "sem opinião.

O eslovaco Miroslav Lajcak, que ficara em segundo lugar da última vez, desce para terceiro e piora os seus resultados: oito "encoraja", sete "desencoraja" e nenhum "sem opinião".

Susana Malcorra, da Argentina, fica no quarto lugar, com sete "desencoraja" e o mesmo número de "encoraja", alcançando o seu melhor resultado.

Danilo Turk, da Eslovénia, empata no quarto lugar com os mesmo votos.

Irina Bokova, que lidera a UNESCO e foi durante muito tempo considerada a favorita na corrida, tem agora mais votos "desencoraja" (sete), do que "encorajamentos" (seis).

A nova-zelandeza Helen Clark tem nove "desencoraja" e apenas seis "encoraja".

Srgjan Kerim, da Macedónia, e Natalia Gherman, da Moldávia, ocupam os dois últimos lugares.

A próxima votação, que está agendada para a primeira semana de outubro, vai destacar pela primeira vez os votos dos membros permanentes do conselho, que têm poder de veto sobre os candidatos.

António Guterres venceu as quatro primeiras votações para o cargo, que aconteceram a 21 de julho, 5 de agosto, 29 de agosto e 9 de setembro.

Neste momento, o lugar de secretário-geral da ONU é disputado por nove candidatos, quatro deles mulheres.

O segundo lugar tem passado entre vários candidatos da Europa de Leste. O cargo é habitualmente atribuído a candidatos de diferentes áreas geográficas e um grupo de países, incluindo a Rússia, defende que chegou a hora de alguém desta região liderar a ONU.

Na primeira votação, destacou-se o ex-Presidente esloveno Danilo Turk, enquanto Vuk Jeremic, da Sérvia, subiu depois ao pódio e na terceira ronda, o lugar foi para o ministro dos Negócios Estrangeiros eslovaco, Miroslav Lajcak.

Apesar da pressão internacional para escolher pela primeira vez uma mulher para o cargo, posição que foi apoiada pelo atual secretário-geral, Ban Ki-moon, ainda nenhuma das candidatas conseguiu melhor do que um terceiro lugar nas votações.

Assim que um candidato reunir nove votos entre os 15 países membros e aprovação de todos os membros permanentes - China, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos - o conselho recomendará o seu nome para aprovação pela Assembleia-Geral da ONU, que reúne representantes de 193 países.

A organização espera ter encontrado o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final do ano, durante o outono.

Governo encoraja Guterres

O primeiro-ministro, António Costa, reiterou a sua confiança na candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas.

Acho que é um sinal particularmente positivo", declarou o chefe do Governo, que falava aos jornalistas após ter recebido a boa "notícia" de mais uma vitória de Guterres numa votação secreta para o lugar de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Também em reação à quinta votação em que Guterres voltou a ser o preferido, o ministro dos Negócios Estrangeiros considerou que tal facto mostra as qualidades do candidato.

É claro que o engenheiro António Guterres é consistentemente o candidato que mais apoios tem obtido. É o candidato em relação ao qual o reconhecimento das suas qualidades é genérico. Esse facto consolida a candidatura do engenheiro António Guterres. Temos de aguardar tranquilamente pelas próprias fases deste processo”, disse à Agência Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

Santos Silva destacou que António Guterres alcançou “os melhores resultados” em todas as votações, quer de encorajamento (oscilou entre 11 e 12 votos), quer quanto aos de desencorajamento (entre dois e três votos).

A candidatura do engenheiro Guterres foi-se consolidando ao longo das sucessivas votações e, terminado este ciclo, o balanço que é possível fazer é que é uma candidatura generalizadamente reconhecida como a candidatura de alguém que está em excelentes condições para ser secretário-geral das Nações Unidas”, considerou o chefe da diplomacia portuguesa.

Sem querer lançar foguetes antes do resultado final, dizendo que ser preciso "dar tempo ao Conselho de Segurança para chegar a um consenso sobre a pessoa que há de propor à Assembleia Geral como próximo secretário-geral das Nações Unidas”, Santos Silva garantiu que Guterres tem o apoio de todo o Portugal.

É muito importante para a candidatura que todos os órgãos de soberania estejam unidos na sua defesa e na sua promoção e que as forças políticas portuguesas estejam também unidas no apoio ao nosso candidato”, destacou o ministro, sublinhando que "toda a diplomacia portuguesa está mobilizada”.

Passos elogia diplomacia

Também o presidente do PSD se congratulou com o resultado de António Guterres na quinta votação secreta ocorrida entre os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas para eleger o próximo secretário-geral da organização.

À medida que o tempo vem passando, e que estas votações ocorrem, se vai consolidando na imagem do engenheiro António Guterres a candidatura mais forte ao lugar de secretário-geral da ONU e isso evidentemente eu quero sublinhar", disse Pedro Passos Coelho. 

O líder social-democrata elogiou o "trabalho importante feito pela diplomacia portuguesa" e destacou o facto de o ex-primeiro ministro português ter vindo "a ampliar a margem de conforto sobre outros candidatos".

Isso é um bom auspício. Não quer dizer que a eleição esteja decidida, ainda faltam momentos muito importantes até essa eleição, mas, até hoje, o caminho foi sempre no sentido de reforçar essa candidatura como a mais credível, com mais peso, e creio que a votação hoje divulgada aponta nesse sentido e isso merece a minha satisfação", declarou.

 

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