Líder dos talibãs aparece pela primeira vez desde a conquista do Afeganistão - TVI

Líder dos talibãs aparece pela primeira vez desde a conquista do Afeganistão

Talibãs celebram retirada de tropas internacionais da cidade de Cabul

Haibatullah Akhundzada esteve com alunos de uma escola de estudos islâmicos

O líder dos talibãs fez a primeira aparição pública desde que o grupo conquistou o Afeganistão, a 15 de agosto, colocando assim fim a rumores de que poderia estar morto. Haibatullah Akhundzada apareceu perante apoiantes na província de Kandahar, o berço do grupo radical que regressou ao poder 20 anos depois.

Segundo a agência de notícias Reuters, que cita fontes dos talibãs, o líder dirigiu-se a um grupo de estudantes de um seminário da escola de estudos islâmicos de Darul Ulum Hakima.

Perante a presença de Haibatullah Akhundzada, foram alocadas medidas extraordinárias de segurança para o local, confirmou um membro sénior do grupo.

Haibatullah Akhundzada é líder supremo dos talibãs desde 2016, altura em que assumiu o cargo, que acaba por ser um líder político, mas também religioso, tendo ainda a pasta dos assuntos militares.

 

Apesar de outros membros dos talibãs terem referido aparições públicas anteriores, esta é a primeira vez que alguém ligado à liderança da organização confirma a presença.

A única fotografia conhecida de Haibatullah Akhundzada data de maio de 2016, altura em que uma conta ligada aos talibãs publicou a imagem numa publicação do Twitter.

A especulação em torno de Haibatullah Akhundzada surge pela ausência de aparições públicas. Além disso, como refere a Reuters, os talibãs demoraram vários anos a confirmar a morte de Mullah Omar, o primeiro líder supremo do grupo.

Derrubados do poder do Afeganistão em 2001, os talibãs regressaram em agosto deste ano à liderança do país, conquistando sucessivamente território, à medida que a coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos, começava a retirada.

A precipitação na saída do Afeganistão acabou por levar a um avanço antecipado dos talibãs, que a 15 de agosto entraram em Cabul, obrigando as tropas internacionais a saírem até 31 de agosto. Nesses 15 dias viveu-se um dos maiores dramas humanitários do século, com mais de 120 mil pessoas retiradas da capital nesse período.

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