O furacão Matthew, considerado uma das mais ameaçadoras tempestades dos últimos dez anos, causou as primeiras vítimas ao atravessar as Caraíbas, provocando pelo menos nove mortos no Haiti e República Dominicana, informaram as autoridades locais, citadas pela AFP. Face à intensidade do furacão, todas as atividades marítimas estavam proibidas, no entanto, vários pescadores arriscaram sair para o mar. As fortes cheias forçaram centenas de milhares de pessoas a deixar as suas casas.
A CNN refere esta terça-feira que morreu também um adolescente em São Vicente e Granadinas. Citando Michelle Forbes, vice-diretora do Instituto Nacional de Gestão de Emergências deste país das Caraíbas, a estação de televisão norte-americana adianta que o rapaz morreu num deslizamento de terras enquanto limpava uma conduta de escoamento de águas atrás da própria casa, à passagem do furacão.
No Haiti, foram montados abrigos provisórios em todo o território, com capacidade para acolher 340 mil pessoas. Na segunda-feira, mais de duas mil pessoas foram deslocadas para abrigos temporários na região de Grand Sud ao início da noite. Durante o dia, a proteção civil enfrentou dificuldades, com alguns residentes a recusarem deixar as casas em zonas vulneráveis, incluindo no pobre e densamente habitado bairro de Cité Soleil – onde 100 mil dos 500 mil residentes enfrentam risco de inundações – e em Cité L'Eternel, junto ao mar, na capital (Port-au-Prince).
Ventos fortes de 220 quilómetros por hora atingiram a costa sul do país mais pobre das Américas, onde habitações e edifícios frágeis deixam os residentes particularmente expostos a desastres naturais.
Na Jamaica, as autoridades pediram à população para se preparar para a chegada do furacão.
Em Cuba, 251 mil pessoas foram retiradas de casa, sobretudo na província de Santiago. A Marinha norte-americana retirou 700 pessoas da base naval de Guantánamo, perante a chegada iminente do furacão Matthew, conforme informou na segunda-feira o Pentágono. Os deslocados, mulheres e filhos de militares destacados na base, foram transferidos durante o fim de semana para as instalações da Marinha em Pensacola, na Florida. Não está prevista a retirada dos 61 detidos na prisão de Guantánamo.
O furacão avança para norte em direção às Bahamas. De acordo com os meteorologistas, depois, segue-se a costa leste dos Estados Unidos da América. Por isso, os governos dos Estados da Florida e da Carolina do Norte decretaram entretanto o estado de emergência.