Sobreviveu a um terramoto e a um furacão, mas ficou com a vida devastada - TVI

Sobreviveu a um terramoto e a um furacão, mas ficou com a vida devastada

Mulher haitiana

Haitiana foi retirada dos escombros do tremor de terra de 2010. Agora, perdeu vários familiares no furacão Matthew. Jean Baptiste Mimose considera-se uma mulher forte e suporta todo o sofrimento com a força que "vem de Deus"

Jean Baptiste Mimose é uma enfermeira haitiana que já sobreviveu às duas grandes catástrofes que assolaram o país - o terramoto, em 2010, e agora o furacão Matthew. Perdeu muitos familiares, em ambas as catástrofes, mas não perde a vontade de viver. A cadeia de televisão brasileira Globo revela a história de Jean Baptiste.

No terramoto que ocorreu em 2010, foi encontrada soterrada. Estava grávida de trigémeos e os bebés não sobreviveram. Nesta altura, perdeu também as irmãs e foi a única sobrevivente no meio dos destroços de uma clínica médica.

Com o furacão Mathew, que passou pelo país na última semana, voltou a perder familiares, amigos e vizinhos. Seis anos depois, o cenário parece repetir-se. Desta vez, não foi atingida fisicamente, mas diz que tem ido buscar a Deus a ajuda para superar as dores da alma. 

Acredito que Deus sabia que nós seriamos um povo que sofreria muito, por isso deu-nos forças do tamanho do nosso sofrimento”, afirma.

Em entrevista à Globo, a haitiana mostrou a cicatriz que lhe deixou marcas físicas e psicológicas, mas deixou claro que por ser haitiana é forte. Jean voltou a engravidar, após o terramoto, e tem uma filha de três anos. Voltou a trabalhar e acredita que dramas como o terramoto ou o furacão são novas oportunidades de vida.

Um país destruído

O cenário do país considerado um dos mais pobres do continente americano, continua a ser devastador. Sem saneamento básico, as doenças continuam a proliferar, como é o caso da cólera que após o furacão Mathew surgiram mais 200 novos casos.

A fome também está a devastar o país e já atingiu 3,6 milhões de pessoas, apesar das ajudas internacionais.

As tropas da ONU, que estão no local desde 2004, preveem ficar pelo menos mais seis meses, por causa do furacão Matthew.

O Conselho de Segurança da ONU está a decidir sobre o futuro da missão. A previsão é que todos saiamos daqui a partir do dia 15 de abril, mas devido à gravidade do que ocorreu, com o furacão, eu diria que tudo é possível agora”, diz Ajax Porto Pinheiro, comandante das Forças Internacionais da ONU.

As eleições que estavam previstas para 9 de outubro foram suspensas. 

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