G20 termina com protestos, promessas e divergências - TVI

G20 termina com protestos, promessas e divergências

  • 8 jul 2017, 16:22

Líderes dos países mais ricos prometeram combater o protecionismo, mas não convenceram Trump a recuar e a manter-se no Acordo de Paris. Putin jurou que a Rússia não interfere em eleições de outros países

Com milhares em protesto nas ruas de Hamburgo contra as políticas do países mais ricos, nem sempre as manifestações foram pacíficas ao longo dos dois dias da cimeira do G20. A última contabilização dá conta de 143 detidos devido aos violentos distúrbios.

A polícia de Hamburgo alertou ainda para o risco de novos confrontos no último dia da cimeira.

Os manifestantes violentos permanecem na cidade", disse o responsável do Interior de Hamburgo, Andy Grote, apelando para os organizadores das diversas marchas previstas se “demarcarem” dos elementos radicais e comunicarem às forças de segurança a presença destes elementos nas suas iniciativas, caso os detetem.

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A agência de notícias espanhola EFE refere que o último balanço da polícia aponta para 143 detenções, desde quinta-feira, mais de 122 detenções temporárias, principalmente durante os confrontos nos distritos de St Pauli e Altona.

Trump e o Acordo de Paris 

Na cimeira, os 19 países presentes, aos quais se junta a União Europeia, lavraram uma declaração final onde fica explícita a divergência com os Estados Unidos no que respeita ao Acordo de Paris sobre alterações climáticas, que Donald Trump "rasgou".

Tomamos nota da decisão dos Estados Unidos de sair do Acordo de Paris", refere o comunicado final, onde se lê ainda, segundo a agência noticiosa Reuters, que "os líderes dos outros membros do G20 consideram que o Acordo de Paris é irreversível".

A declaração final diz, contudo, que os Estados Unidos vão “esforçar-se para trabalhar estreitamente com outros parceiros para facilitar o seu acesso e a utilização mais apropriada e eficaz das energias fósseis e os ajudar a desenvolver energias renováveis e outras fontes de energia limpa”.

Esta passagem cria uma situação inédita no G20, que valida assim o facto de um dos seus membros poder desenvolver uma política individual, contra a corrente dos outros membros.

Entretanto, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a realização a 12 de dezembro de uma cimeira sobre o clima, para a qual espera “convencer” o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, a mudar de opinião.

A 12 de dezembro próximo, dois anos após a entrada em vigor do acordo de Paris, reunirei uma nova cimeira para encetar novas ações pelo clima, nomeadamente sobre o plano financeiro”, disse Emmanuel Macron na conferência de imprensa após o encerramento da Cimeira do G20.

Assegurando que não “desesperará jamais de convencer” Donald Trump, o Presidente francês encerrou a conferência afirmando: “Confirmo-vos, pois, que espero convencê-lo”.

Putin jura que não interfere

Numa conferência de imprensa após a cimeira, o presidente russo abordou o que falou com Donald Trump no encontro entre ambos, no qual ambos terão concordado eem unir esforços para reforçar a cibersegurança.

O líder russo afiançou também ter ficado convencido de que Trump ficara convencido de que a Rússia não tinha interferido por via eletrónica nas eleições norte-americanas do ano passado. Tal como jurou que não irá imiscuir-se nas próximas legislativas alemãs, marcadas para setembro.

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