Jornal chinês culpa Shinzo Abe pela morte de refém japonês - TVI

Jornal chinês culpa Shinzo Abe pela morte de refém japonês

Estado Islâmico ameaça matar dois japoneses (Reprodução)

«Global Times» escreve que a execução de Haruna Yukawa «é mais ou menos o preço que o Japão tem de pagar pelo seu apoio a Washington»

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O editorial de hoje do jornal chinês «Global Times» atribui ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, a culpa pela morte de um refém às mãos dos extremistas do Estado Islâmico (EI).

O EI afirmou, este domingo, ter executado Haruna Yukawa, um dos dois japoneses que fez reféns, numa aparente decapitação que foi condenada pelos líderes de todo o mundo.

O «Global Times», publicação em inglês do grupo Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista chinês, escreve num editorial que o apoio do líder do Japão aos Estados Unidos precipitou Tóquio para o conflito, apesar de, «supostamente, os países do sudeste asiático não constituírem alvos-chave» dos jihadistas do EI e do terrorismo global.

«A morte do refém japonês é mais ou menos o preço que o Japão tem de pagar pelo seu apoio a Washington», diz o jornal, num editorial, sob o título «Estratégia de Abe mais clara após crise dos reféns».

O jornal sugere que o chefe de Governo nipónico poderá usar a crise dos reféns para revogar a Constituição pacifista do Japão, imposta pelos Estados Unidos na esteira da II Guerra Mundial.

Shinzo Abe qualificou de «ignóbil e imperdoável» a morte do refém e exigiu a libertação imediata de Kenji Goto, o segundo cidadão japonês refém do EI.

Num vídeo divulgado na passada semana, o Estado Islâmico ameaçou matar os dois japoneses - o empresário Haruna Yukawa e o jornalista Kenji Goto - se o Governo nipónico não pagasse 200 milhões de dólares (172 milhões de euros) no prazo de 72 horas. Na reação, Shinzo Abe disse que Tóquio «não se verga perante os terroristas».

Viúvo de 42 anos, Haruna Yukawa foi sequestrado em meados de agosto do ano passado, enquanto facultava alegadamente apoio logístico a um grupo rebelde implicado na guerra civil síria e rival do EI, sendo que a presença do japonês na região nunca foi totalmente explicada.

Já Kenji Goto, jornalista de 47 anos, tinha-se deslocado ao território sírio controlado pelos extremistas no início de outubro com a intenção de cobrir o conflito no terreno e deveria ter regressado ao Japão no dia 29 do mesmo mês.
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