Amesterdão pondera acabar com montras de prostitutas no Red Light District - TVI

Amesterdão pondera acabar com montras de prostitutas no Red Light District

  • Sofia Santana
  • 4 jul 2019, 12:48
Inaugurado o primeiro Museu da Prostituição no mundo (Lusa/EPA)

Autarquia defende que é preciso introduzir mudanças num dos bairros mais conhecidos da cidade para combater o tráfico humano e os comportamentos indesejados dos turistas

A autarca de Amesterdão, na Holanda, afirmou que está a considerar acabar com as montras de prostitutas no famoso Red Light District (Bairro da Luz Vermelha).

Femke Halsema, a primeira mulher a presidir a câmara de Amesterdão, que tomou posse no ano passado, defende que é preciso introduzir mudanças neste que é um dos bairros mais conhecidos da cidade para combater o tráfico humano e os comportamentos indesejados dos turistas.

Hoje as mulheres são predominantemente estrangeiras, não sabemos de onde vêm e como vieram aqui parar e as pessoas riem-se delas e fotografam-nas. O tráfico humano acontece numa das mais belas e antigas zonas da nossa cidade”, vincou Halsema.

A antiga líder do Partido Verde da Holanda lembrou que, nos últimos anos, as 330 montras com prostitutas tornaram-se numa grande atração turística na cidade. Os turistas fotografam estas mulheres e partilham essas imagens nas redes sociais contra a sua vontade, acrescentou.

Elas são gozadas, insultadas e fotografadas contra a sua vontade. (…) Penso que muitas mulheres que trabalham ali se sentem humilhadas e gozadas”, frisou.

Halsema quer ainda que o bairro seja mais calmo e mais limpo para os moradores e comerciantes locais.

É necessário combater o tráfico humano, a fraude, a lavagem de dinheiro e que existam menos constrangimentos para moradores e comerciantes locais. O bairro deve ser mais calmo e mais limpo do que o que é agora.”

Para que isto aconteça há quatro opções em cima da mesa: acabar com as montras dos bordéis; reforçar o licenciamento das trabalhadoras do sexo; reduzir o número de bordéis no centro da cidade, deslocando algumas montras para outras zonas; acabar com todos os bordéis e deslocá-los para outro lugar.

As propostas, apresentadas num documento chamado “O futuro da janela da prostituição em Amesterdão”, vão ser discutidas pela autarquia na próxima semana e incluem a possibilidade de criação de uma “zona erótica” delimitada com barreiras de segurança, à semelhança de um sistema que já existe em Hamburgo, na Alemanha.

Os cenários vão ser apresentados aos moradores e comerciantes locais durante este mês para que um deles seja escolhido e votado em conselho municipal no final do ano.

No passado, esforços para controlar a atividade no Bairro da Luz Vermelha mereceram a oposição dos comerciantes e de trabalhadores envolvidos nos negócios do sexo.

Halsema diz que não faz parte dos planos da autarquia acabar totalmente com a prostituição, que foi legalizada há cerca de 20 anos.

Legalizámos a prostituição porque mensamos que isso dá a oportunidade à mulher de ser autónoma e independente. Penso que criminalizar a prostituição, como nos Estados Unidos, torna as mulheres mais vulneráveis."
 

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